Bolsa em máxima histórica: ainda dá para entrar – e ganhar?

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Mesmo em sua máxima histórica, a bolsa de valores ainda é uma forma de aproveitar os efeitos da queda dos juros que devem começar no primeiro trimestre de 2026, avalia Daniel Gewehr, chefe de estratégia de ações para Brasil e América Latina do Itaú BBA.Estudo feito pelo banco com dados desde o início dos anos 2000 mostra que o Índice Bovespa sobe em média 18% em um semestre quando o Banco Central inicia um ciclo de corte de juros, um retorno anualizado equivalente a 35% a 40%. E, para aproveitar esse movimento, o melhor é entrar antes na bolsa, já que o mercado costuma começar a antecipar a alta em três meses. “Nesse caso, considerando que o juro pode cair a partir de janeiro, a alta atual está até atrasada”, diz.Leia também: Sete motivos para o Ibovespa não parar de renovar máximas históricasInvestidor local ainda foraGewehr acredita que ainda dá para o investidor ficar comprado em bolsa olhando um período de 6 a 12 meses baseado não só na política monetária. Segundo ele, a alta recente da bolsa brasileira foi puxada especialmente pelos investidores estrangeiros, e os fundos de ações locais e fundos de pensão estão pouco expostos à bolsa. “Os recursos em fundos de ações em relação ao total do setor, por exemplo, caíram para o menor nível desde 2017” diz. Por isso, ele espera que, no primeiro semestre do ano que vem, ocorra uma pequena entrada de recursos para fundos de ações locais e maior interesse dos fundos de pensão. Gewehr vê ainda a bolsa brasileira com múltiplos baixos, com as empresas do Ibovespa negociadas por um valor equivalente a 8,5 vezes o lucro, para uma média histórica de 10,5 vezes.Uma queda dos juros aumentaria também o lucro das companhias ao diminuir os gastos com empréstimos. “Estimamos que a Selic termine o ano em 12,5%, o que é suficiente para fazer o lucro das empresas voltadas ao mercado doméstico subir mais de 25%”, diz. Outro indicador de que o mercado ainda está atrativo é o número de recompras de ações pelas empresas, com 128 das 360 companhias listadas com programas para comprar suas próprias ações. “E quem mais entende do seu negócio é seu controlador”, diz. Ele espera também uma sincronização de ciclos de queda dos juros locais com os dos Estados Unidos, o que deve atrair mais estrangeiros para o Brasil. Com base nesse cenário, Gewehr vê oportunidades em empresas do setor financeiro, preferidas pelos estrangeiros, de infraestrutura, como empresas de saneamento e elétricas, e boas pagadoras de dividendos. Para pessoas físicas, a estratégia de dividendos é boa tanto no curto quando no longo prazo, como mostra o desempenho do índice IDIV, que reaplica os lucros recebidos, e desde seu lançamento em 2005 acumula alta de 955%, comparado a 322% do Índice Bovespa.Leia também: Com sinais mistos na Ata, alguns economistas acreditam em corte de juros em janeiroAlocaçãoA parcela sugerida em renda variável seria de 7,5% da carteira, segundo Rachel de Sá, estrategista de investimentos da XP. Segundo a estrategista, a XP vê o preço justo do Ibovespa em 170 mil pontos, mas é possível que ocorram realizações antes de o mercado chegar a esse nível. “O investidor não precisa correr muito risco para ter bom retorno em bolsa, pode escolher empresas sólidas, boas pagadoras de dividendos”, sugere. Ela vê oportunidades também em fundos imobiliários, que costumam se beneficiar da queda dos juros e da melhora na atividade nos empreendimentos.The post Bolsa em máxima histórica: ainda dá para entrar – e ganhar? appeared first on InfoMoney.