COP30: Países ricos exigem metas ambiciosas; emergentes pedem financiamento

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As discussões entre as 194 delegações que participam da COP30, em Belém, entram oficialmente no 4º dia nesta quinta-feira (13) e as divergências têm se acentuado ao longo da primeira semana.Como noticiado pela CNN, de um lado, os países desenvolvidos cobram metas climáticas mais ambiciosas e frequentes e, do outro, as nações emergentes exigem que o grupo mais rico financie a transição energética.Quem lidera as demandas dos países mais ricos são os europeus, que além das metas, pressionam por mais transparência sobre como os emergentes implementam as NDC’s.O bloco cobra ainda aqueles que sequer entregaram suas metas, como é o caso da Índia.Do outro lado, os países em desenvolvimento colocam sobre a mesa o 9.1 do Acordo de Paris, que trata da obrigatoriedade de os países ricos financiarem com recursos públicos a transição energética dos países em desenvolvimento.Essas nações também pela eliminação das medidas comerciais unilaterais dos países travestidas de discurso ambiental, o chamado protecionismo verde.Apesar da pressão vinda dessas delegações, os europeus têm resistido a ambos os pontos.Em entrevista à CNN, Rachel Kyte, que é delegada do Reino Unido na COP30, reforçou o coro dos países europeus.Ela afirmou que as NDCs apresentadas – já na 3ª geração – ainda estão aquém do necessário para limitar o aquecimento global. Leia mais COP30: À CNN, Reino Unido defende mudança na arquitetura financeira global COP30: China aproveita vazio dos EUA na transição energética Governador da Califórnia critica política climática de Trump: "estupidez"  “Alguns países, como Brasil e Reino Unido, têm planos alinhados à meta de neutralidade até o fim do século. Mas muitos outros apresentaram compromissos que não são ambiciosos o suficiente. Quando somamos tudo, ainda não estamos no caminho certo”, afirmou.A delegada defendeu ainda defendeu ainda mudanças estruturais no sistema financeiro internacional, em linha com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).“Podemos chegar a US$ 1,3 trilhão, mas precisamos ser inteligentes e mudar algumas regras financeiras. Muitos países pequenos e em desenvolvimento estão endividados — devem mais ao mundo desenvolvido do que recebem em investimentos — e isso precisa mudar”, afirmou.Discussão extraordináriaO chamado “protecionismo verde” – um dos temas que geram impasse entre os países – deve ser discutido neste fim de semana, no sábado (15), junto com outros três pontos que ficaram fora da agenda mandatária da conferência em Belém.Na quarta-feira (12), o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, decidiu convocar uma plenária extra no sábado para atualizar as delegações sobre o andamento das negociações referentes a quatro temas.Os quatro pontos que a presidência destacou como sujeitos a consultas paralelas são: medidas unilaterais de comércio com justificativa ambiental — o chamado “protecionismo verde” (incluindo instrumentos como o CBAM e o EUDR da União Europeia); o relatório de síntese das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs); os relatórios bienais de transparência (BTRs); e os debates sobre financiamento climático.Essas pautas foram separadas da agenda mandatária para que possam ser tratadas em consultas técnicas e políticas com as partes interessadas.Segundo a presidência, a proposta é usar os próximos dois dias para conduzir consultas intensivas com delegações, blocos regionais e observadores.A iniciativa busca reduzir o risco de impasses formais durante o trâmite da agenda principal.(Com informações de Caio Junqueira e Pedro Teixeira)