Lindbergh diz que alterações no PL Antifacção “não mudam coisa alguma”

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou nessa segunda-feira (10/11) o novo parecer apresentado pelo relator do Projeto de Lei (PL) Antifacção, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Segundo o petista, as alterações feitas pelo relator “não mudam coisa alguma” e mantêm o que ele considera uma tentativa de enfraquecer a Polícia Federal (PF).“As alterações não mudam coisa alguma: ele continua atacando a Polícia Federal, tentando transformar um instrumento de Estado em refém de interesses políticos”, afirmou Lindbergh em publicação no X (antigo Twitter). Para ele, o texto é “feito para domesticar a PF”, o que classificou como “inegociável”.O petista também criticou outro trecho do relatório, que equipara facções criminosas, milícias, grupos paramilitares e o tráfico ao terrorismo. Segundo ele, essa ampliação serve para “blindar o crime organizado” e proteger interesses políticos.“Por trás disso está o braço político do crime, interessado em proteger agentes, contratos e emendas que a Operação Carbono Oculto começou a revelar”, declarou. “A matança de anônimos virou cortina de fumaça para esconder a aliança entre o poder e o crime. O Brasil não vai aceitar esse golpe de impunidade!”, completou.Veja post:Alteração no projeto antifacçãoO novo parecer foi divulgado por Derrite na noite dessa segunda-feira (10/11), após críticas de integrantes do governo, da corporação e de parlamentares. Na versão anterior, a atuação da PF contra facções criminosas dependia de autorização dos governadores.Depois de uma reunião entre Derrite, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o relator ajustou o trecho mais polêmico. Leia também Brasil Após críticas, Derrite altera trecho sobre a PF em projeto antifacção Brasil Receita Federal critica mudanças no projeto antifacção: “Inaceitável” Brasil PF vê retrocesso em alterações feitas por Derrite no texto antifacção Brasil PL Antifacção: Motta recua e diz que trecho sobre competência da PF será alterado Agora, o texto mantém a autonomia da Polícia Federal, mas determina que a corporação deverá comunicar previamente suas operações às autoridades estaduais competentes.A nova redação prevê que a PF poderá atuar “por iniciativa própria, com comunicação às autoridades estaduais competentes” ou “mediante solicitação fundamentada do delegado de polícia estadual ou do Ministério Público estadual competente”.A votação do PL Antifacção está marcada para esta terça-feira (11/11). O texto ainda não tem consenso e deve gerar embates entre governistas e oposição no plenário.