Não é novidade que os portugueses não têm tido a vida fácil no que a poupar diz respeito. De facto, 25% dos portugueses não conseguem poupar qualquer parte do seu salário líquido. Entre os que o fazem, 24% consegue guardar menos de 10% do rendimento, enquanto a maioria, 30%, poupa entre 10% e 20%. Já 10%, consegue reservar entre 20% e 30% e 11% poupa mais de 30% do seu rendimento mensal.Em contraste, metade das pessoas afirmam consumir conteúdos sobre finanças pessoais ocasionalmente, mostrando um interesse generalizado, ainda que não sistemático, em aprender mais sobre este tema. Já 19% fazem-no com regularidade.A Escolha do Consumidor, sistema de avaliação de marcas, realizou um estudo para perceber como os consumidores gerem as suas finanças pessoais, as estratégias que adotam para poupar face aos desafios económicos atuais e qual o destino dado ao dinheiro reservado mensalmente.A análise revela uma realidade marcada pela dificuldade em poupar, mas também por uma crescente consciência financeira e vontade de melhorar a gestão do orçamento familiar. Portugueses cada vez mais interessados no temaDos inquiridos que consomem conteúdos sobre finanças pessoais, 17% refere não consumir este tipo de conteúdo, mas tem interesse em começar, o que aponta para um potencial crescimento na procura por informação financeira acessível. Somente 14% não tem interesse em temáticas relacionadas com a literacia financeira.A principal motivação para poupar continua a ser a prevenção de imprevistos, com 44% dos entrevistados a destinarem as suas poupanças à criação de um fundo de emergência. Segue-se o investimento, com 16% a indicar que poupa com o objetivo de rentabilizar o dinheiro e 14% que prefere reservar a poupança para viagens ou lazer. Os restantes consumidores optam por acumular para a sua reforma ou referem outros fins, refletindo a diversidade de prioridades financeiras entre os inquiridos (13% em ambos). Um interesse que tem alterado comportamentosDe acordo com o estudo, 48% dos portugueses alteraram os seus hábitos apenas em algumas categorias de consumo com o objetivo de aumentar as suas poupanças, demonstrando uma adaptação seletiva para equilibrar necessidades e orçamento. 25% mudou as suas decisões de compra de forma significativa, evidenciando uma postura mais ativa e consciente na gestão financeira. Ainda assim, 22% mantêm os mesmos hábitos e 5% admite nunca ter refletido sobre possíveis mudanças.No que diz respeito a reduzir os gastos, 24% dos participantes diminuiu as despesas fora de casa, nomeadamente em restaurantes, lazer e transportes. Outros 22% optam por comprar em promoções ou descontos e 19% recorrem à comparação de preços antes da compra. Por sua vez, 18% preferem marcas brancas ou genéricos e 14% reduziram os consumos domésticos, como a energia, a água e a alimentação. E onde investem os portugueses?Quando questionados sobre quais as formas de investimento que preferem, 40% revela que não investem as suas poupanças, mantendo o dinheiro parado ou em contas de depósito simples. Dos inquiridos que investem, 32% escolhem produtos de baixo risco, como os depósitos a prazo, certificados de aforro ou obrigações, favorecendo a segurança em detrimento do retorno.12% aplica as suas poupanças em produtos de risco moderado e uma pequena percentagem assume um risco mais elevado, investindo em ações e criptomoedas, ou diversifica os investimentos, distribuindo o capital por diferentes níveis de risco (8% nos dois casos).O conteúdo 69% dos portugueses aprende sobre finanças pessoais, mas poucos conseguem poupar aparece primeiro em Revista Líder.