Apesar do recuo de Donald Trump na guerra tarifária, com a retirada, nesta sexta-feira (14/11), de produtos agrícolas da lista de tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, o que beneficia diretamente as exportações brasileiras de itens, como café, carne bovina e frutas, o Brasil ainda continua entre os países mais atingidos pelas sobretaxas aplicadas pelo republicano.A ordem executiva assinada por Trump e divulgada pela Casa Branca reduz, apenas, a tarifa recíproca de 10%, imposta por ele em 2 de abril deste ano. A taxa adicional de 40%, no entanto, que foi oficializada no final de julho, segue valendo.Com isso, segundo nota técnica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73,8% das exportações brasileiras para os EUA continuam sujeitos à tarifa adicional. Antes da revisão divulgada nesta sexta, o percentual alcançava 77,8%, abrangendo 6.037 produtos.De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), produtos químicos, plásticos, maquinário industrial e partes de veículos estão entre os mais afetados. Para grande parte desses itens, a alíquota final permanece próxima ou chega a 40%.Segundo o governo norte-americano, a redução de 10% anunciada nesta sexta tem efeito retroativo e passou a valer a partir da 00h01 dessa quinta-feira (13/11). Leia também Brasil “Lula não se curvou”, diz presidente do PT após Trump reduzir tarifas Mundo Brasil é citado em ordem executiva de Trump que reduz tarifas. Entenda Mundo Após apelo de Trump, começa nos EUA apuração sobre conexões de Epstein Mundo Donald Trump reduz tarifas que atingem café, carne bovina e frutas Justificativa de TrumpNa ordem executiva, Trump justifica a decisão dizendo que recebeu “informações e recomendações adicionais de diversas autoridades”.“Após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por essas autoridades, o andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, a demanda interna atual por certos produtos e a capacidade interna atual de produção de certos produtos, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca imposta pelo Decreto Executivo 14.257”, afirmou ele no documento.A medida surge um dia após a reunião entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington. No encontro os dois diplomatas discutiram resoluções sobre o tarifaço.Após o encontro, Vieira afirmou que uma “proposta geral” para tratar das alíquotas havia sido entregue ao representante norte-americano. O chanceler ainda disse que os dois países esperam fechar um acordo inicial até o começo de dezembro.