O dólar operava em queda na manhã desta quinta-feira (13/11), com os investidores repercutindo o fim do shutdown nos Estados Unidos, mais uma rodada de negociações entre a Casa Branca e o Brasil em torno do tarifaço e os dados sobre o desempenho do varejo em setembro deste ano.DólarÀs 10h16, a moeda norte-americana recuava 0,17% e era negociada a R$ 5,283.Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,291. A mínima é de R$ 5,274.Na véspera, o dólar terminou a sessão em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,292.Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,63% em novembro e de 14,36% frente ao real em 2025.IbovespaO Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em alta no início do pregão.Às 10h20, o Ibovespa avançava 0,2%, aos 157,9 mil pontos.No dia anterior, o indicador fechou o pregão em leve queda de 0,07%, aos 157,6 mil pontos, interrompendo uma sequência de 15 altas consecutivas.Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 5,42% no mês e de 31,08% no ano.Fim do shutdown nos EUAO grande destaque acompanhado pelos mercados nesta quinta-feira é o fim do shutdown, a paralisação de amplos setores do governo dos EUA, que já durava mais de 40 dias – foi a maior da história do país.O presidente dos EUA, Donald Trump, sancionou o projeto de lei que garante o financiamento do governo federal para o ano fiscal de 2026. “É uma honra sancionar esta lei incrível e fazer com que nosso país volte a funcionar”, afirmou Trump.“Com a minha assinatura, o governo federal retomará suas operações normais e minha administração, juntamente com nossos parceiros no Congresso, continuará trabalhando para reduzir o custo de vida, restaurar a segurança pública e tornar a América acessível novamente para todos os americanos”, acrescentou.A proposta recebeu 222 votos favoráveis e 209 contrários em votação na Câmara dos Representantes. O acordo foi costurado entre parlamentares republicanos e um grupo centrista de democratas. Seis democratas apoiaram o texto, enquanto dois republicanos se posicionaram contra. Leia também Mundo Trump sanciona lei que encerra shutdown mais longo da história dos EUA Mundo Rubio receberá Vieira em Washington para discutir tarifas nesta quinta Economia Varejo recua 0,3% em setembro, após crescer 0,2% em agosto Negócios Dólar avança a R$ 5,29. Bolsa recua e perde chance de marca histórica Antes, a proposta já havia passado pelo Senado, na segunda-feira (10/11), com 60 votos a favor, o mínimo necessário para seguir para apreciação da Câmara, e 40 contrários.O projeto aprovado após semanas de negociações garante recursos para o funcionamento do governo até 30 de janeiro de 2026. Até lá, o Congresso precisará votar um novo orçamento para evitar que uma nova paralisação ocorra no início do próximo ano.A proposta também impede que Trump demita servidores até essa data e assegura a continuidade do programa de assistência alimentar “SNAP” – responsável por atender milhões de famílias em situação de vulnerabilidade – até setembro de 2026.Reunião entre Rubio e Vieira sobre o tarifaçoAinda no front internacional, os investidores monitoram a reunião prevista para esta quinta-feira entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para tratar do tarifaço comercial imposto pelos EUA sobre grande parte dos produtos exportados pelo Brasil.O encontro, que acontece em Washington, consta da agenda oficial de Rubio, divulgada pela Casa Branca. Na quarta-feira (12/11), Rubio e Vieira se encontraram rapidamente em Toronto, no Canadá, onde participaram de um encontro do G7. Na oportunidade, os dois combinaram a reunião em Washington.Conforme antecipado pela coluna Igor Gadelha, do Metrópoles, Mauro Vieira informou a Marco Rubio que uma proposta de negociação sobre as tarifas norte-americanas foi enviada pelo Brasil aos EUA no último dia 4 de novembro, após reunião virtual entre as partes.No último dia 16 de outubro, Vieira e Rubio tiveram uma reunião na Casa Branca, em Washington, para discutir o tarifaço. De acordo com o chanceler brasileiro, a conversa ocorreu em um “clima excelente de descontração” e foi produtiva. Na reunião, o chanceler reiterou a posição brasileira, que pede a “reversão das medidas adotadas pelo governo norte-americano a partir de julho”.Duas semanas depois, as conversas avançaram após um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na Malásia. Ao final da primeira reunião bilateral entre os líderes do Brasil e dos EUA, ficou acordado que o governo brasileiro enviaria uma comitiva a Washington o quanto antes, para tratar sobre o tarifaço. A expectativa é que a viagem fosse realizada ainda na primeira semana de novembro, o que não ocorreu.Varejo recua em setembroNo cenário doméstico, o mercado repercute os dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as vendas do comércio varejista.Em setembro de 2025, o volume de vendas do varejo recuou 0,3% em relação a agosto. A média móvel trimestral apresentou estabilidade (leve queda de 0,1%). Já na comparação com setembro do ano passado, o varejo cresceu 0,8%, a sexta taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o crescimento é de 1,5%. No acumulado de 12 meses, de 2,1%.De acordo com o IBGE, no comércio varejista ampliado – que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo –, o volume de vendas subiu 0,2% em setembro, na comparação com agosto.A média móvel teve crescimento de 1%. Em relação a setembro de 2024, houve alta de 1,1%. No ano, o varejo ampliado acumula perdas de 0,3%. No acumulado de 12 meses, alta de 0,7%.Balanços corporativosO mercado também aguarda a divulgação de mais balanços corporativos nesta quinta-feira. Entre as empresas que divulgarão seus resultados do terceiro trimestre deste ano, estão BMG, Nubank, Cemig, CPFL Energia, Localiza, Light, Marisa, JBS e Marfrig.