Os investidores estão atentos à divulgação da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano. O documento, que será publicado nesta terça-feira (11), deve detalhar os motivos que levaram o Banco Central a manter a taxa básica de juros nas alturas e o que pode vir pela frente. O mercado quer entender com mais precisão quando a autoridade monetária deve começar a fazer os primeiros cortes na Selic.A decisão ocorre em um momento em que a inflação segue acima do centro da meta. Em setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,48%, segundo o IBGE. No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 5,17%, mostrando resistência e reforçando a postura cautelosa do Banco Central.O boletim Focus, divulgado na segunda-feira (10), reforça esse quadro de estabilidade nas expectativas. Os economistas interromperam a sequência de seis semanas de queda nas projeções e mantiveram a estimativa para o IPCA de 2025 em 4,55%, ainda acima do teto da meta de 4,5%, considerando o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar hoje o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.Entre os fatores que ajudam a calibrar o humor dos investidores estão os balanços do terceiro trimestre, com números importantes previstos para hoje. Empresas como B3 (B3SA3), BTG Pactual (BPAC11), Cury (CURY3), CVC (CVCB3), Ecorodovias (ECOR3), Fras-le (FRAS3), JSL (JSLG3), Melnick (MELK3), Movida (MOVI3), Porto (PSSA3) e Sequoia (SEQL3) devem trazer mais clareza sobre como a atividade econômica e as taxas de juros vêm afetando seus resultados.Enquanto os olhos estão voltados para os comunicados oficiais e os balanços, a Bolsa brasileira segue em ritmo acelerado. Ontem, o Ibovespa emplacou a 14ª alta consecutiva, avançando 0,77%, aos 155.257 pontos, o maior nível de fechamento da história e a primeira vez acima dos 155 mil pontos também na máxima intradiária.O real engatou a quarta valorização seguida, com o dólar comercial em queda de 0,55%, cotado a R$ 5,307. Os juros futuros também recuaram, acompanhando o otimismo.Lá fora, a paralisação recorde de 41 dias do governo dos EUA pode terminar já nesta quarta-feira, após o Senado aprovar na segunda-feira uma medida de financiamento temporária apoiada por um grupo de oito democratas centristas. A votação do Senado, com placar de 60 a 40 na segunda-feira, ocorreu em meio a crescentes interrupções de voos, atrasos na entrega de ajuda alimentar e frustração entre os funcionários federais, que em sua maioria estão sem receber salário há mais de um mês.Vale lembrar que a negociação à vista de títulos do Tesouro americano foi suspensa devido ao feriado do Dia dos Veteranos nesta terça.Quer ficar bem informado? Acesse o canal do InfoMoney no WhatsAppO que vai mexer com o mercado nesta terçaAgendaO presidente Lula inicia a agenda às 9h, com reunião com o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Marco Aurélio Marcola, no Palácio da Alvorada. Às 10h, ele se encontra com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também na residência oficial.No período da tarde, às 14h40, Lula recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcelo Weick. Em seguida, às 15h, tem reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana. Às 16h, o presidente encerra a agenda do dia com encontro com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.O presidente do Banco Central, Gabriel Muricca Galípolo, cumpre agenda em São Paulo. Às 13h30, ele se reúne com o CEO da Simpar S.A., Fernando Antonio Simões, e o vice-presidente da empresa, Denys Marc Ferre, para tratar de assuntos institucionais.Em seguida, às 14h30, Galípolo participa de audiência com representantes da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), também sobre temas institucionais. Às 15h30, ele se encontra com representantes do Institute of International Finance (IIF) e um grupo de investidores para discutir a conjuntura econômica.À noite, às 18h45, o presidente do BC ministra uma palestra para alunos do InFinance, organização estudantil de finanças do Insper. Todas as atividades serão fechadas à imprensa.O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Dias de Brito Gomes, participa nesta segunda-feira (11), às 13h45, da LiveBC – 5 anos do Pix, no Rio de Janeiro. O evento será transmitido pelo canal do Banco Central no YouTube.Brasil8h – Ata do Copom9h – IPCAINTERNACIONALRetomadaO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou na segunda-feira (10) que todos os controladores de tráfego aéreo retornem imediatamente ao trabalho e ameaçou reduzir o salário de quem não cumprir a determinação. Em meio ao 41º dia de paralisação do governo, os controladores estão sem receber desde outubro, o que tem causado atrasos e cancelamentos de voos em todo o país. Trump também ameaçou demitir quem faltar e prometeu bônus de US$ 10 mil para os que continuarem trabalhando. O Senado aprovou um pacote orçamentário que pode encerrar o shutdown, mas o texto ainda depende de aval da Câmara e da assinatura do presidente.Leia tambémDow Jones Futuro recua após alta com otimismo sobre fim do shutdownAcordo no Senado dos EUA pode encerrar shutdown recorde de 41 dias ainda nesta semanaInvestigaçãoO Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre as maiores empresas frigoríficas do país (JBS, Cargill, Tyson Foods e National Beef) por suspeita de conluio e fixação de preços, segundo informações do The New York Times. As quatro controlam cerca de 85% do abate de gado americano. A apuração, motivada por críticas do então presidente Donald Trump, pode redefinir o setor de carne bovina, embora tentativas anteriores de quebrar o domínio dessas companhias tenham fracassado.ECONOMIAEntre elogios e críticasEm entrevista à CNN, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiou o trabalho de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central, afirmando que ele “tem coibido abusos no sistema financeiro”. Apesar disso, Haddad voltou a criticar a Selic em 15%, dizendo que há espaço para cortes. O ministro também afirmou que parte do setor financeiro, incluindo a Febraban, compartilha sua avaliação sobre a necessidade de reduzir os juros.Novas regrasO Banco Central estabeleceu novas regras para regular o mercado de criptoativos no Brasil a partir de fevereiro de 2026. As empresas precisarão de autorização formal para operar, manter recursos dos clientes segregados e cumprir exigências de capital mínimo entre R$ 10,8 milhões e R$ 37 milhões. As normas também enquadram operações com stablecoins e transferências internacionais nas regras do mercado de câmbio, ampliando a rastreabilidade e a segurança das transações.ReajusteO governo estima um reajuste de 4,66% para aposentadorias e pensões do INSS acima do salário mínimo em 2026, com base no INPC projetado para 2025. Já os benefícios equivalentes ao piso previdenciário seguirão o novo salário mínimo, previsto para R$ 1.631. O teto do INSS deve subir de R$ 8.157,41 para R$ 8.537,55, segundo o PLOA.POLÍTICAPrimeiro dia da COP30Na abertura da COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a conferência é o momento de “impor uma nova derrota aos negacionistas”. Ele criticou líderes mundiais ausentes e defendeu maior investimento em adaptação climática e transição energética. Lula justificou a escolha de Belém como sede para mostrar a força da Amazônia e pediu aos delegados que conheçam a culinária paraense. O evento reúne representantes de mais de cem países até o dia 21 de novembro.Lei antifacção 1O deputado Guilherme Derrite (PP-SP) deve apresentar até o fim desta segunda (10) uma nova versão do parecer do projeto de lei antifacção, ampliando os casos em que o patrimônio de empresas usadas pelo crime organizado poderá ser bloqueado. O texto mantém a equiparação de práticas armadas de facções ao terrorismo, com penas de 20 a 40 anos. Governistas criticam o relatório, alegando risco de insegurança jurídica e enfraquecimento da Polícia Federal. Derrite nega mudanças e afirma que o texto preserva competências federais e estaduais.Lei antifacção 2O governo intensificou a ofensiva contra o relatório de Derrite sobre o projeto de lei antifacção e tenta retomar o texto original elaborado pelo Ministério da Justiça. A ministra Gleisi Hoffmann quer uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para manifestar preocupação com o avanço da proposta.As principais críticas recaem sobre a equiparação de crimes de facções ao terrorismo, com penas de até 40 anos, e a retirada da Polícia Federal das investigações de organizações criminosas sem autorização dos governadores. Para Gleisi, a medida “blinda o crime organizado” e “enfraquece a PF”.Segundo o jornal O Globo, o PT prepara uma ofensiva nas redes sociais, com vídeos de Edinho Silva atacando o texto e chamando-o de “PL da blindagem”. No Palácio do Planalto, a ordem é não negociar nenhum item proposto por Derrite.EncontroO líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que Lula deve se reunir com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nos próximos dias antes de anunciar o indicado ao STF. O favorito é o advogado-geral da União, Jorge Messias. Wagner disse que o encontro será mais político, ligado à possível candidatura de Pacheco ao governo de Minas Gerais, do que sobre a escolha para a Corte.CORPORATIVOFalência e suspensão das negociações da Oi (OIBR3)A Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da Oi (OIBR3) na segunda-feira (10), mas autorizou a continuidade provisória das operações para garantir a conectividade da população e de órgãos públicos. A decisão ocorre após a empresa reconhecer estado de insolvência e descumprimento do plano de recuperação judicial.A B3 (B3SA3) anunciou a suspensão das negociações com os valores mobiliários da Oi a partir das 14h58, com base no artigo 43 do Regulamento de Emissores e no artigo 83, inciso IV, do Regulamento de Negociação da bolsa.A bolsa não detalhou o motivo, mas afirmou que a paralisação segue normas destinadas a preservar a transparência e o bom funcionamento do mercado. As ações da Oi (OIBR3) despencaram 35,7%, a R$ 0,18.MBRF (MBRF3)A MBRF (MBRF3), empresa de alimentos formada pela fusão da Marfrig com a BRF, anunciou nesta segunda-feira um lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre, queda de 62% na comparação com o mesmo período do ano passado, principalmente por um recuo da performance dos ativos herdados da BRF.A BRF reunia os ativos que processam frangos e suínos, entre outros alimentos, e a operação sofreu no terceiro trimestre ainda alguns impactos relacionados ao caso de gripe aviária, registrado em maio no Brasil, que resultou em embargos de diversos países. A China, maior mercado, só veio a reabrir as exportações em novembro.(Com Agência Brasil, Reuters e Estadão Conteúdo)The post Ata do Copom, inflação no Brasil, shutdown, falas do BC e mais destaques desta terça appeared first on InfoMoney.