Crise climática: como tecnologia pode evitar colapso no agro após tragédias

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Às vésperas da COP30, que colocará o Brasil no centro das discussões globais sobre o clima, o país vive em seu próprio território os efeitos mais severos da crise climática. Do Sul ao Sudeste, os eventos extremos se multiplicam, expondo a fragilidade da produção rural diante das novas realidades do tempo.No Paraná, tempestades intensas e tornados sem precedentes destruíram áreas urbanas e rurais com grande intensidade. Em Rio Bonito do Iguaçu, um dos tornados mais fortes já registrados no estado arrasou cerca de 90% das estruturas da cidade, deixando centenas de pessoas desalojadas e interrompendo completamente as atividades locais — inclusive as agropecuárias.No Espírito Santo, o cenário não foi diferente. O temporal que atingiu Muniz Freire devastou lavouras inteiras em poucas horas. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, as perdas na safra de 2026 já ultrapassam R$ 13 milhões, com reflexos que devem se estender por todo o ano de 2027, afetando produtores, cooperativas e o comércio regional.Enquanto isso, estados como o Rio Grande do Sul ainda lutam para se reerguer após as enchentes históricas que devastaram o campo, agravando o endividamento e a crise emocional de milhares de famílias rurais.Com a previsão de um novo fenômeno La Niña para o verão de 2025/2026, o alerta é claro: o clima extremo deixará de ser exceção para se tornar regra. Diante desse cenário, aliar tecnologia e inteligência climática à produção rural não é mais uma escolha, é o caminho para garantir a sobrevivência e o futuro do agro brasileiro.Tecnologia brasileira para o novo tempo do agroNesse cenário, o setor encontra solução em uma inovação nacional desenvolvida sob a chancela do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA): o Atestado de Verificação Agrícola e Monitoramento de Grãos (VMG).A tecnologia, operada por empresas credenciadas ao Ministério, combina imagens de satélite, dados climáticos, inteligência artificial e blockchain para criar um registro digital inviolável e preciso das lavouras, em nível de talhão.“O que vimos no Paraná e no Espírito Santo é o retrato da urgência climática. O produtor precisa de ferramentas que traduzam o impacto do clima em dados técnicos, e não em estimativas genéricas. O VMG é isso: um atestado oficial e auditável que comprova a realidade do campo”, explica Alexandre Vieira, CEO da Agromai.Em propriedades atingidas por temporais, como em Muniz Freire, o sistema funciona como um dossiê digital da safra, registrando o histórico climático e produtivo de cada área.“O modelo de IA calcula o efeito da chuva, da evapotranspiração e da temperatura sobre a produtividade, gerando relatórios técnicos certificados. Isso dá ao produtor o que ele mais precisa: provas concretas para renegociar dívidas, acionar seguros e garantir sua sobrevivência econômica”, completa Vieira.Enquanto o controle do clima continua fora do alcance humano, a adoção de tecnologias de precisão como o VMG abre um novo horizonte: um agro baseado em evidências, segurança jurídica e sustentabilidade real — pronto para ser apresentado ao mundo na COP30.