Foto: DivulgaçãoNascido em Tucuruvi, Jonas Sampaio de Almeida Filho, carinhosamente conhecido como Deda, tem sua história profundamente ligada a Mirandópolis. Filho de Jonas Sampaio de Almeida (in memoriam) e Celina Macedo de Almeida, ele chegou à cidade ainda bebê, em 1962, quando seus pais, vindos da Bahia, buscavam novas oportunidades no interior paulista.A família viveu inicialmente nas Alianças, onde seu pai trabalhava num sítio do tio, o senhor Deusdete Leite de Almeida. Quando Jonas tinha oito anos, mudaram-se para a cidade, onde o pai passou a trabalhar na Prefeitura. Ele guarda na memória os tempos em que morava na Rua Bahia, próximo ao Clube Atlético Mirandópolis (CAM), e lembra que, apesar das dificuldades da época, o respeito e a boa convivência entre as pessoas eram valores inegociáveis.Carismático e determinado, Jonas construiu amizades duradouras e uma carreira admirável no futebol. Foi goleiro e, por meio dessa paixão, conheceu o mundo: jogou e trabalhou em países como Catar e Turquia. Hoje, com décadas dedicadas ao futebol, ele carrega o orgulho de ter levado o nome de Mirandópolis muito além das fronteiras brasileiras.Ao jornal AGORA NA REGIÃO, Deda contou sua trajetória e compartilhou momentos marcantes, confira.Como começou no futebol?Eu sempre gostei muito de jogar futebol e me tornei profissional em Mirandópolis, no MEC (Mirandópolis Esporte Clube), em 1981. Depois fui para o Paulista de Jundiaí disputar o Campeonato Paulista Juvenil com o senhor Ivan Inocêncio, que era o treinador. Voltei para Mirandópolis em 1982, assinei meu primeiro contrato e disputei a terceira divisão pelo MEC. Em 1983 fui para Lençóis Paulista, onde fomos campeões — e daí minha carreira decolou. Trabalhei em quase 50 clubes, entre jogador e treinador de goleiros. Tive a oportunidade de conhecer vários jogadores famosos como Roger Flores, Paulo Nunes, Aloísio, Lazaroni, Leão, Juninho Pernambucano, Madson, Grafite, Romarinho, entre outros. Quais foram os momentos marcantes dessa trajetória?Conquistei vários títulos como jogador e também como preparador de goleiros. Alguns que marcaram muito foram os títulos com o Lençoense, em 1983 e 1987, e pelo Grêmio São Carlense, em 1989. Fui campeão catarinense em 1994 pelo Avaí Futebol Clube. No exterior, conquistei a Copa do Rei em Doha, no Catar, em 2009, e a Copa do Golfo em 2011. Mas um momento especial foi em 1987, quando fiquei 13 jogos — 1.170 minutos — sem tomar gols. Era um campeonato muito competitivo, e essa marca me orgulha até hoje.Quando decidiu encerrar a carreira como jogador?Encerrei a carreira de jogador em 1998, e muitos amigos me incentivaram a virar preparador de goleiros, pois eu já tinha muita experiência. Nessa época conheci o senhor Carlos Alberto Totti, que montava um clube para disputar a quinta divisão paulista. Em 1999, ele me lançou como treinador de goleiros, fomos vice-campeões. No ano seguinte, no Olímpia Futebol Clube, fomos campeões da terceira divisão. A partir daí, minha carreira deslanchou, e passei a trabalhar em diversos clubes, inclusive internacionais.Deda ao lado dos ex-jogadores Paulo Nunes, Aloisio Chulapa e Roger Flores.O que é preciso ter para ser preparador de goleiros?Lealdade, profissionalismo, resiliência, coragem, personalidade e foco. A posição de goleiro é a mais difícil do futebol, e para formar atletas de alto nível é preciso entender a fundo, por isso eu acredito que o ideal é ter jogado nessa posição, porque só quem viveu sabe identificar os pequenos detalhes e movimentos que fazem a diferença.O que Mirandópolis representa para você?É a minha terra. Por onde eu passo, falo com orgulho que sou mirandopolense. Sempre visito a cidade, porque minha mãe, Dona Celina, meu irmão Jânio, sobrinhos, cunhada, primos e primas ainda moram aí. Foi em Mirandópolis que tudo começou — minha vida, meus sonhos, minha história. Tenho gratidão imensa por essa cidade maravilhosa. Viva Mirandópolis!Que conselho para os jovens que buscam carreira no futebol?Primeiro de tudo, estudem. O estudo é a base para qualquer pessoa, é o que forma o cidadão. Depois, sim, busquem o esporte com dedicação e disciplina. Lutem pelos seus sonhos, mas nunca deixem os estudos de lado. O esporte é importante, mas o conhecimento é o que sustenta o sucesso e a vida.O post Jonas Sampaio, o Deda, goleiro que levou o nome de Mirandópolis para o mundo apareceu primeiro em AGORA NA REGIÃO.