IA da Amazônia encanta o Web Summit e mostra o poder da inovação sustentável brasileira

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O futuro da economia verde e o papel das startups na transformação dos territórios estiveram no centro do painel “The new green economy and the rules for sustainable startup development” promovido pelo Sebrae e ApexBrasil no Web Summit Lisboa, nesta quinta-feira (13). Mediado por Paulo Puppin, coordenador de Projetos para Startups do Sebrae Nacional, o debate mostrou como a inovação pode ser aliada da sustentabilidade, especialmente em regiões de alta biodiversidade, como a Amazônia.“Nos últimos cinco anos, o Sebrae apostou fortemente na bioeconomia como uma vantagem competitiva do Brasil. Foi assim que nasceu o programa Inova Amazônia, que já mobilizou milhares de empreendedores”, destacou Puppin. Hoje, existem cerca de 2.900 startups na Amazônia Legal e mais de 38% com mulheres à frente.Esse crescimento mostra que, com políticas públicas e apoio coordenado, a inovação floresce até nos lugares mais desafiadores do país.Paulo Puppin, coordenador de Projetos para Startups do Sebrae NacionalO painel apresentou a história de Fernanda Onofre, fundadora da Wood Chat, startup que une inteligência artificial, conservação ambiental e saberes tradicionais. “Criamos a Wood Chat dentro da floresta, ouvindo as pessoas que conhecem cada árvore”, contou. A empresa desenvolveu uma IA que reconhece espécies de madeira com até 97% de precisão, operando dentro do WhatsApp, o que facilita o uso em regiões com baixa conectividade. “A tecnologia sozinha não muda nada. O que muda é quando ela conversa com as pessoas certas”, resumiu.Foto: Divulgação Sebrae LisboaReconhecimento global e expansãoA startup foi premiada pela Meta no desafio WhatsApp pela Amazônia e expandiu sua atuação com novas soluções: o Wood Catalog, banco digital de espécies amazônicas; o Wood Pass, que rastreia madeira exportada para o mercado europeu; e a Professora da Floresta, assistente digital educativa com personagens inspirados em árvores nativas.Fernanda credita seu sucesso à parceria com instituições de fomento. “Participei do Conexão Floresta, do Sebrae e da ApexBrasil, e percebi que era possível transformar pesquisa em negócio. Programas como o Sebrae Startups, o Ela Exporta e o PEIEX me prepararam para chegar à Europa”, destacou a empreendedora. Hoje, a Wood Chat é uma das 10 empresas selecionadas no programa Sebrae e Apex para um programa de nove meses em Lisboa.Estande do Brasil no Web Summit Lisboa 2025 | Foto: Divulgação Sebrae LisboaModelos de futuroPara Paulo Puppin, trajetórias como a da Wood Chat mostram o sentido da inovação sustentável. “A Fernanda representa a nova geração de empreendedores amazônicos, gente que usa tecnologia para proteger, e não para substituir. Essas startups provam que é possível gerar riqueza mantendo a floresta em pé”, afirmou.O coordenador do Sebrae reforçou a importância do Web Summit, ressaltando a necessidade de acelerar a internacionalização das startups de impacto e criar mais pontes com a Europa. “Nossos cases mostram que o Brasil pode liderar a nova economia verde com base em inovação, diversidade e cooperação”, defendeu.O painel foi encerrado com uma mensagem simbólica da empreendedora  Fernanda Onofre: “A floresta é um centro de inovação. Quando a gente aprende a ouvi-la, ela mostra o caminho. Espero que muitas outras mulheres e empreendedores da Amazônia possam estar aqui nos próximos anos, provando que tecnologia e natureza podem caminhar juntas.”