Turistas italianos suspeitos de participar de “safáris humanos” pagavam valor adicional para atirar e matar crianças. Os crimes ocorreram em meio ao cerco de Sarajevo, um dos capítulos mais sangrentos da Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995, período da dissolução da antiga Iugoslávia (atual Sérvia).A denúncia é investigada pelo Ministério Público de Milão e foi aberta após uma investigação do repórter e escritor italiano Ezio Gavazzeni, que concedeu uma entrevista ao jornal La Repubblica. Segundo a reportagem, as “excursões” custavam de € 80 mil (cerca de R$ 493 mil) a € 100 mil (R$ 616 mil) por pessoa.Leia tambémQuem é ex-nora de Lula investigada pela PF por desvios no Ministério da EducaçãoCarla Ariane Trindade foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho da ex-primeira dama Marisa Letícia, que foi adotado por Lula ainda na infânciaPF investiga fraude de R$ 7 mi que atingiu Guerrero, Gabriel Jesus e outros jogadoresOperação Fake Agents III apura esquema de saques irregulares coordenado por advogada com ajuda de funcionários da Caixa no RioO dinheiro era entregue a intermediários das milícias sérvias. Os suspeitos devem ser julgados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivos torpes.Como funcionava o esquema De acordo com a denúncia, os turistas italianos voavam até Belgrado, na Sérvia, pela companhia aérea Aviogenex. Depois, seguiam de helicóptero ou por terra até as colinas da capital da Bósnia e Herzegovina, onde recebiam armas e eram posicionados para atirar em civis.Quem são os suspeitos?Segundo a reportagem, a maioria dos atiradores era composta por políticos ou simpatizantes da extrema-direita, entre 40 e 50 anos, que tinham paixão por armas e procuravam por formas de adrenalina “sádica”. Eles moravam nas regiões de Lombardia, Piemonte e Triveneto.Dentre os “turistas de guerra”, estão: empresários – um deles era dono de uma clínica particular em Milão;médicos;mercenários.Quem será ouvido pelo Ministério Público de Milão? um ex-funcionário da agência de inteligência da Bósnia, que, de acordo com o La Repubblica, já afirmou que o Serviço de Inteligência e Segurança Militar (Sismi) da Itália foi alertado sobre a situação no início de 1994;um oficial da Eslovênia;um bombeiro que depôs no julgamento do ex-presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic. Na ocasião, ele citou os “atiradores turistas” com roupas e armas que destoavam do contexto;os pais de uma bebê de um ano que foi morta no “beco dos atiradores”.The post “Safári humano”: turistas italianos pagavam valor adicional para atirar em crianças appeared first on InfoMoney.