OpenAI enfrenta decisão judicial para entregar milhões de conversas (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog) Resumo OpenAI tenta reverter uma ordem judicial que exige a entrega de 20 milhões de logs de conversas anonimizadas do ChatGPT.A ordem judicial afirma que a privacidade será protegida por desidentificação exaustiva e outras salvaguardas.O processo original acusa a OpenAI de usar indevidamente artigos jornalísticos para treinar o ChatGPT.A OpenAI está tentando reverter judicialmente uma ordem que a obriga a entregar 20 milhões de logs de conversas anonimizadas do ChatGPT. A empresa entrou com o pedido ontem (12/11), argumentando que a entrega dos dados viola a privacidade dos usuários.No pedido feito ao tribunal, a OpenAI afirma que “99,99%” das transcrições, solicitadas pelo New York Times em um processo de direitos autorais, não tem relação com o caso. A empresa alertou que a ordem afeta qualquer pessoa no mundo que usou o ChatGPT nos últimos três anos, que agora “deve enfrentar a possibilidade de que suas conversas pessoais sejam entregues ao Times”.Provas de reprodução ilegal de conteúdoChatGPT estaria usando matérias de veículos de imprensa sem pagar (imagem: reprodução)O processo original acusa a OpenAI de usar indevidamente milhões de artigos de veículos de imprensa para treinar os modelos que alimentam o ChatGPT. Vale lembrar que o NYT não se opõe completamente ao uso do conteúdo para treinamento de IA — desde que sejam pagos para isso, como no acordo fechado com a Amazon.Neste caso, os veículos argumentam que os 20 milhões de logs de chat são necessários para: Determinar se o ChatGPT está, de fato, reproduzindo conteúdo protegido por direitos autorais;Rebater a alegação da OpenAI de que os jornais “hackearam” o chatbot para fabricar evidências. Um porta-voz do NYT discorda sobre a privacidade dos usuários estarem em risco, e afirma que o post no blog da OpenAI sobre o caso engana os usuários “propositalmente” e “omite os fatos”.Segundo ele, a ordem judicial exige que a própria OpenAI forneça uma amostra de chats “anonimizados pela própria OpenAI”, protegidos por uma ordem legal.O que a Justiça decidiu?A ordem original foi emitida pela juíza Ona Wang. A magistrada afirmou, em decisão, que a privacidade dos usuários estaria protegida pela “desidentificação exaustiva” que a OpenAI realizaria nos dados, além de outras salvaguardas. O prazo estipulado pela juíza para que a OpenAI entregue as transcrições termina nesta sexta-feira (14/11). No Brasil, a companhia enfrenta um processo parecido, movido pela Folha de São Paulo em agosto deste ano. OpenAI tenta reverter ordem para entregar 20 milhões de conversas do ChatGPT