Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelaram que pessoas com Síndrome de Down apresentam neuroinflamação precoce e persistente, o que pode explicar o desenvolvimento do Alzheimer precocemente. As descobertas foram divulgadas nesta semana pelo Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas (INRAD), de São Paulo.O trabalho utilizou a tomografia por emissão de pósitrons (PET) com radiofármacos específicos para mapear processos inflamatórios no cérebro. Segundo a pesquisa, pessoas com Síndrome de Down apresentam maior grau de inflamação cerebral em comparação com pessoas sem a síndrome, e essa inflamação está diretamente relacionada à deposição das placas beta-amiloides, uma das principais características do Alzheimer. Leia Mais Omeprazol pode causar demência? Entenda se há riscos Exame de sangue para Alzheimer auxilia no diagnóstico precoce e tratamento Alzheimer pode começar por quatro trajetórias distintas, aponta pesquisa “Pessoas com Síndrome de Down têm um risco significativamente maior de desenvolver a doença de Alzheimer, sendo que a maioria que atinge a sétima década de vida apresentará a condição. O que nosso estudo demonstra é que a neuroinflamação é um processo precoce, que pode vir antes da formação das placas amiloides. Isso possibilita uma nova perspectiva de tratamento”, afirma Daniele de Paula Faria, do Centro de Medicina Nuclear do INRAD-HC/FMUSP e líder do estudo.Os achados do estudo abrem caminho para a criação de estratégias de prevenção precoce, voltadas ao controle da inflamação cerebral ainda em fases iniciais da vida adulta. Segundo a pesquisadora, modular ou retardar essa resposta inflamatória pode ter impacto direto na prevenção da doença de Alzheimer, tanto em pessoas com Síndrome de Down quanto na população em geral.“Se conseguirmos modular ou retardar essa resposta inflamatória, podemos ter um impacto significativo na prevenção da Doença de Alzheimer, não apenas na população com Síndrome de Down, mas também na população em geral, uma vez que a neuroinflamação tem sido cada vez mais reconhecida como um processo ligado a diversas patologias neurodegenerativas”, reforça a pesquisadora.Teste de sangue pode revolucionar diagnóstico precoce do Alzheimer