O Sol funciona em ciclos de cerca de 11 anos, período no qual passa por momentos de atividade mais e menos intensa. No entanto, os processos exatos do campo magnético da estrela perto dos polos ainda são pouco compreendidos, já que a maioria das sondas espaciais ainda têm uma perspectiva limitada e distante do astro.A Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), é uma exceção. O equipamento tem viajado em elipses ao redor do Sol e, pela primeira vez, conseguiu uma imagem mais precisa da dinâmica nos polos, algo que ainda era limitado.Sondas Solar Orbiter e Parker, respectivamente da ESA e da NASA, estudaram juntas o vento solar (Créditos: Solar Orbiter: ESA/ATG medialab; Parker Solar Probe: NASA/Johns Hopkins APL)Ciclo do Sol ainda não é totalmente conhecidoA ciência sabe que o Sol passa por ciclos de atividade mais e menos intensa, os chamados máximo e mínimo solar, respectivamente. Durante esses períodos, a atividade magnética se intensifica ou diminui. No caso do máximo solar, há mais fluxos de plasma na superfície do astro, o que aumenta a chance de erupções e tempestades geomagnéticas.Também sabemos que, próximo à superfície, os fluxos de plasma transportam as linhas do campo magnético do equador para os polos. Porém, astrônomos ainda não entendem exatamente o que acontece nos polos solares.A maioria das sondas espaciais tem uma visão limitada dessa região, o que dificulta entender o campo magnético do Sol como um todo.Sonda Solar Orbiter ajustou sua trajetória para chegar mais perto dos polos (Imagem: Astrophysical Journal Letters/Reprodução)Sonda Solar Orbiter é uma exceçãoA sonda Solar Orbiter conseguiu observar os polos solares com mais detalhes. Desde fevereiro de 2020, o equipamento está viajando em elipses alongadas ao redor do Sol. Em março deste ano, ela deixou o plano em que outras sondas orbitam a estrela para se ajustar em uma trajetória inclinada em 17 graus, com uma visão melhor para os polos.As observações foram relatadas em um estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters este mês. No trabalho, a equipe analisou dados de fluxos de plasma e do campo magnético solar no período de 16 a 24 de março.Estudo revelou uma dinâmica até então desconhecida em direção aos polos (Imagem: Astrophysical Journal Letters/Reprodução)Imagem em detalhes do campo magnético do SolOs dados revelaram, pela primeira vez, uma imagem em detalhes da supergranulação e da rede magnética do Sol no polo sul. Conforme explicou o site Phys.org, os supergrânulos são células de plasma quente, de duas a três vezes o tamanho da Terra, que cobrem a superfície do Sol;Os fluxos acontecem na superfície na horizontal e levam as linhas do campo magnético até as bordas;O resultado é uma espécie de teia solar de campo magnético.A equipe ainda descobriu que o campo magnético solar se move em direção aos polos em uma velocidade de cerca de 10 a 20 metros por segundo, bem mais rápido do que o detectado por estudos anteriores perto dos polos.Leia mais:Sol dispara explosões violentas em direção à Terra e afeta comunicação no planetaComo cientistas sabem do que o Sol é feito?Imagem de tirar o fôlego mostra estação espacial com erupção solar ao fundoDe acordo com os pesquisadores, as descobertas ajudam a compreender melhor a dinâmica do campo magnético do Sol e o que acontece perto dos polos. No entanto, ainda não ficou claro se as velocidades de fato desaceleram nas regiões polares para explicar a diferença nas medições.O post Sonda revela primeira imagem do campo magnético do Sol em movimento apareceu primeiro em Olhar Digital.