Microsoft aposta na inclusão e apoia projeto que transforma a vida de adultos com deficiência intelectual

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Acreditar na capacidade de cada pessoa é o ponto de partida da Expedição 21, um programa brasileiro de imersão que vem mudando como o país enxerga a deficiência intelectual. Criado pelo educador e cineasta Alex Duarte, fundador do Instituto Cromossomo 21, o projeto chega à sua nona edição entre os dias 11 e 13 de novembro, em Jundiaí (SP), reunindo 16 participantes de diferentes regiões do Brasil em uma jornada de autodescoberta, desafios e superação.Nesta edição, um dos momentos mais aguardados será a visita à sede da Microsoft Brasil, em São Paulo. A gigante da tecnologia é parceira institucional do programa, cuja missão é estimular a autonomia, a autoconfiança e o protagonismo de adultos com deficiência intelectual. Segundo Alex Duarte, a parceria com a Microsoft nasceu em um ecossistema sólido de alianças que o Instituto vem construindo com grandes empresas e instituições. “Dentro da Expedição 21, temos o que chamamos de ‘visita inspiradora’: além da imersão prática, onde os jovens aprendem a viver sozinhos, estimulando autonomia e tomada de decisão, eles também têm a oportunidade de conhecer ambientes de inovação, tecnologia e empreendedorismo”, explica.Expedição 21 – visita à sede da Microsoft Brasil, em São PauloO educador conta que essa aproximação começou quando foi convidado para uma palestra na empresa. “Assim como já realizamos visitas técnicas na NASA, no SeaWorld Education, na Rede Globo e em outras instituições, a Microsoft Brasil se tornou mais uma parceira estratégica. Essa aproximação começou quando ministrei uma palestra de letramento inclusivo para a empresa e, a partir de um diálogo com a equipe de Diversidade & Inclusão, identificamos o potencial da visita”.Mais que uma visita: um novo olhar para o mundoDurante o evento, os jovens são recebidos pelo time da Microsoft sob coordenação de Alexandre Bezerril, Solution Engineer em Business Applications AI. “Eles entendem como funcionam tecnologias de games, acessibilidade digital e ferramentas que podem ser adaptadas para pessoas com deficiência intelectual. É uma experiência transformadora, que une inclusão, inovação e futuro”, destaca Alex.Mais do que uma visita, o encontro com a Microsoft representa para o educador uma oportunidade de ampliar horizontes. “Levar os participantes à Microsoft é abrir uma janela de possibilidades, mostrando que o mercado de tecnologia também pode ser um espaço de pertencimento, inovação e inclusão real.”Criado pelo educador e cineasta Alex Duarte, fundador do Instituto Cromossomo 21, o projeto chega à sua nona edição entre os dias 11 e 13 de novembro, em JundiaíA Expedição 21 é reconhecida por sua metodologia prática e validada cientificamente pela Universidade de São Paulo (USP). Para o idealizador, o grande diferencial está em colocar os participantes em um ambiente onde são tratados como adultos, com responsabilidades e oportunidades de decisão. “Trata-se de um programa prático, baseado em evidências, que funciona longe do olhar diário das famílias e isso muda tudo. Os participantes vivem por alguns dias como verdadeiros adultos: cuidam da casa, organizam a rotina, resolvem problemas e tomam decisões”.Todo esse processo acontece com suporte especializado e com materiais adaptados para diferentes formas de aprender, respeitando limitações e potencializando habilidades individuais. “O mais positivo é o desenvolvimento real de autonomia. Aqui fora, muitas vezes, eles ainda são tratados como ‘café com leite’. Dentro da experiência, simulamos uma micro sociedade inclusiva, onde eles são levados a sério, têm responsabilidade e recebem acessibilidade cognitiva para aprender”, conta o executivo.Impacto vai além do participante e movimenta muitas pessoasDe acordo com Alex Duarte, o impacto do projeto vai muito além do participante: sua importância é multidimensional, para o participante, para a família e para a sociedade. “Para quem participa fica a lição de que autonomia é possível dentro das condições e do ritmo de cada um: se enxergam como adultos capazes, o que impacta diretamente autoestima, comunicação, comportamento e projeto de vida. Para a família fica o recado da importância da confiança, já que os parentes descobrem habilidades que não sabiam que seus filhos tinham e entendem que o excesso de proteção, embora bem-intencionado, muitas vezes se torna uma barreira”, explica.Já para a sociedade existe uma mudança de paradigma: ao ver adultos com deficiência intelectual assumindo responsabilidades e desenvolvendo autonomia, a sociedade passa a reconhecer capacidade, representatividade e direitos. O programa nasceu de uma inquietação pessoal de seu fundador, Alex, pela experiência direta, ao longo de mais de 16 anos, convivendo com adultos com deficiência intelectual e percebendo uma grande lacuna: eles não eram tratados como adultos. “Havia três fatores principais: a sociedade, que ainda infantiliza e subestima, o capacitismo estrutural, que define limites antes de oferecer oportunidades, e a superproteção familiar, muitas vezes consequência desse cenário. Criei o programa justamente para preencher esse vazio: oferecer espaço, estrutura e metodologia para que esses jovens vivenciem a vida adulta com segurança, dignidade e felicidade, e tenham a chance real de escrever sua própria história”.Nesta nona edição, a diversidade de participantes é um ponto de orgulho, com jovens das cinco regiões do Brasil e a presença de mentores especialistas abordando temas fundamentais da vida adulta e imersão baseada na metodologia validada cientificamente pela Universidade de São Paulo (USP). Hoje, o programa já virou documentário (disponível na Amazon Prime Video) e foi premiado internacionalmente, inclusive em Hollywood, reforçando sua relevância social e científica.Com o apoio da Microsoft Brasil, da Azul Linhas Aéreas, da Ambipar e de outras instituições comprometidas com a inclusão, a Expedição 21 segue consolidando seu legado. O Instituto Cromossomo 21, idealizado por Alex Duarte, é hoje uma referência em projetos voltados à autonomia e protagonismo de pessoas com deficiência intelectual, desenvolvendo programas como o Empodera Famílias e o Expedicionários do Futuro.