A OpenAI pediu à Casa Branca que amplie incentivos fiscais do programa Chips Act para incluir data centers e componentes usados em redes de inteligência artificial (IA). Em carta enviada no fim de outubro, a empresa defende que a medida ajudaria a destravar capital privado e acelerar a expansão da infraestrutura de IA nos Estados Unidos, reduzindo custos e riscos para investidores. O documento também sugere simplificar processos ambientais e criar uma reserva de matérias-primas estratégicas, como cobre e minerais raros, para sustentar o avanço do setor.O pedido gerou debate em Washington e no Vale do Silício sobre até onde o governo deve apoiar empresas privadas de tecnologia. Após a repercussão, executivos da OpenAI, incluindo o CEO Sam Altman, negaram que a companhia esteja em busca de garantias públicas ou “resgates federais”. A carta, segundo a empresa, teria como objetivo apenas reforçar políticas que estimulem o crescimento da indústria de IA no país.OpenAI quer ampliar Chips Act para incluir infraestrutura de IAA carta foi assinada por Chris Lehane, diretor de assuntos globais da OpenAI, e endereçada a Michael Kratsios, diretor de ciência e tecnologia da Casa Branca. OpenAI propõe que o governo amplie crédito fiscal de criado pelo Chips Act para abranger fabricação de servidores, componentes elétricos e data centers usados em IA (Imagem: Visuals6x/Shutterstock)No documento, a empresa propõe que o governo amplie o Advanced Manufacturing Investment Credit (AMIC) – crédito fiscal de 35% criado pelo Chips Act – para abranger não só a fabricação de semicondutores, mas também servidores, componentes elétricos e data centers usados em IA. Segundo a OpenAI, a mudança reduziria o custo de capital e atrairia mais investimentos privados, o que ajudaria a aliviar gargalos e acelerar o desenvolvimento de infraestrutura de IA nos Estados Unidos.Além dos incentivos fiscais, a OpenAI defende que o governo simplifique o licenciamento ambiental de obras e crie uma reserva estratégica de insumos, como cobre, alumínio e terras raras, segundo o TechCrunch. A ideia seria garantir o fornecimento estável de matérias-primas essenciais à construção de data centers e redes de energia. O texto afirma que essas medidas seriam fundamentais para manter a competitividade dos EUA frente a países que já subsidiam fortemente suas cadeias de tecnologia avançada.A carta foi publicada em 27 de outubro, mas só ganhou destaque após declarações públicas de executivos da empresa. Durante um evento do Wall Street Journal, a diretora financeira Sarah Friar sugeriu que o governo poderia “respaldar” parte dos empréstimos da OpenAI — o que foi interpretado como um pedido de ajuda estatal. Ela depois se retratou, dizendo que “usou a palavra errada” e que a OpenAI “não busca garantias governamentais”, apenas incentivos para acelerar investimentos privados. O próprio Sam Altman reforçou essa posição. O CEO disse que a empresa “não quer garantias para seus data centers” e que “governos não devem escolher vencedores nem salvar companhias que falham”.Leia mais:Humanos continuarão essenciais na revolução da IA, diz CEO da OpenAITestou o ChatGPT Atlas? Veja 8 coisas que você pode fazer com eleO ChatGPT Atlas espiona os usuários? Entenda como a IA do navegador analisa sua atividadeO que dizem o governo dos EUA e a OpenAIA fala da diretora financeira da OpenAI provocou reação imediata entre aliados do presidente dos EUA, Donald Trump. Presidente dos EUA, Donald Trump (esq.) e CEO da OpenAI, Sam Altman (dir.) (Imagem: Anna Moneymaker/Shutterstock)O investidor David Sacks, que preside o Conselho Consultivo de Ciência e Tecnologia do governo, escreveu no X/Twitter que “não haverá resgate federal para IA”. Sacks também disse que o país já conta com várias empresas líderes no setor e que, se uma falhar, outras ocuparão seu lugar.Segundo Altman, o objetivo da carta enviada à Casa Branca é defender que o país tenha uma infraestrutura de IA “a mais americana possível”, sem subsídios diretos, mas com políticas que estimulem inovação e investimento privado. O CEO reiterou que a OpenAI pretende fechar 2025 com receita superior a US$ 20 bilhões (cerca de R$ 110 bilhões) e que deve crescer para centenas de bilhões até 2030, sustentando os planos de investimento de US$ 1,4 trilhão (aproximadamente R$ 7,8 trilhões) até o fim da década.O post OpenAI pressiona Casa Branca, mas nega buscar ‘resgate’ do governo; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.