O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sancionou nessa terça-feira (11/11) uma nova Lei de Defesa Integral da Nação, que cria e determina a ativação imediata dos chamados “Comandos Integrados de Defesa”. A nova estrutura passa a reunir, sob um mesmo sistema de coordenação, as Forças Armadas, órgãos do governo e grupos civis alinhados ao Estado, com o objetivo declarado de organizar a população e as instituições em torno da defesa nacional.Na prática, a medida permite ao governo mobilizar simultaneamente militares e civis em situações consideradas de ameaça à soberania ou à estabilidade interna do país, reforçando o controle centralizado do Estado sobre diferentes setores da sociedade. O anúncio foi feito por Maduro durante uma cerimônia oficial no Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas, e transmitido ao vivo pela televisão estatal venezuelana.Ao assinar a nova lei, Maduro declarou que todos os comandos devem ser ativados “nas primeiras horas da manhã” desta quarta-feira (12/11).“Com a assinatura, a ordem deve ser ativada para que os comandos integrados de defesa sejam estabelecidos, estruturados e iniciem seus trabalhos de preparação (…) Assim, assino e coloco em vigor a lei que cria os comandos integrados de defesa em nível nacional”, afirmou. Leia também Mundo Maduro lança preparação massiva contra “ameaças imperiais” dos EUA Mundo Em carta, Maduro denuncia ações dos EUA e fala em “Doutrina Monroe” Mundo Maduro muda tom e prepara Venezuela para “luta armada” contra os EUA Mundo Maduro ironiza “fama” de ditador: “Não fui formado em Harvard” Fortalecimento de uma “doutrina própria”A sanção ocorre em meio à escalada de tensões com os EUA, após o aumento da presença de forças militares norte-americanas no Caribe. Durante o pronunciamento, Maduro disse que a lei representa um passo importante no fortalecimento de uma “doutrina própria” de defesa e soberania. O chefe de Estado relacionou a medida a um contexto de “guerra psicológica permanente” e afirmou que o país deve estar preparado para se defender “de todas as formas possíveis”.“A assinatura da Lei do Comando para a Defesa Integral da Venezuela é um ato que marca o desenvolvimento de nosso conceito de preservação da paz e da preparação nacional diante das ameaças”, declarou.O presidente também destacou que o objetivo da nova estrutura é garantir que a nação esteja pronta para responder a qualquer tipo de ameaça, armada ou não. “Se nos fosse imposto o envolvimento em uma luta armada para defender o legado de nossos libertadores, estaríamos prontos para vencer”, disse Maduro.Maduro afirmou ainda que a ativação dos Comandos Integrados de Defesa faz parte de um conjunto de medidas para fortalecer a chamada “paz nacional”. Ele mencionou entre essas ações a resistência popular prolongada, a ofensiva militar-policial-popular e o alistamento de milhões de venezuelanos em programas de defesa territorial.