O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) concedeu, em média, 95 licenças médicas por dia para professores com transtornos relacionados à saúde mental, entre janeiro e setembro deste ano. O dado faz parte de um levantamento da associação Centro do Professorado Paulista (CPP), com base em informações oficiais da gestão estadual.A organização solicitou, via Lei de Acesso à Informação (LAI), o número de licenças médicas envolvendo transtornos mentais e comportamentais que foram autorizadas para a categoria depois de perícia médica. Leia também Vida & Estilo Luto e sono: como a perda impacta o descanso e a saúde mental Saúde Megaoperações: como a violência afeta a saúde mental da população Vida & Estilo Dia do Riso: como rir ajuda a melhorar a saúde mental e o bem-estar Fábia Oliveira Imagens “distorcidas” nas redes podem afetar autoestima e saúde mental A resposta à solicitação, enviada pela Diretoria de Perícias Médicas do Estado (DPME), expõe um cenário de alto impacto das questões de saúde mental entre os professores.O que diz o levantamentoSegundo a DPME, foram emitidas 25.699 licenças entre o início do ano e o mês de setembro, por questões relacionadas à saúde mental entre professores efetivos e estatutários – concursados.No total, foram 911.634 dias de afastamento – uma média de 35 dias para cada pedido. Os dados não incluem pedidos de professores temporários.Em todo o ano de 2024, 42.155 licenças foram autorizadas. Os pedidos geraram 1.344.442 dias de afastamento – uma média de 31 dias por licença deferida.O levantamento mostra, ainda, que a região com maior número de afastamentos é na Grande São Paulo. Em 2025, foram 13.534 licenças. Em segundo lugar, aparece a região de Campinas, com 3.356 licenças.O CPP diz que os dados demonstram a “pressão emocional enfrentada pelos professores”, e afirma que faltam políticas de prevenção.“Esses números são um grito de alerta. O professor está adoecendo a cada dia”, afirma, em nota, o diretor-geral da associação, Alessandro Soares.Também em nota, a Secretaria da Educação disse que acompanha os indicadores de saúde dos servidores da rede, em parceria com a DPME, e diz que tem aprimorado ações de prevenção e cuidado dos educadores.5 imagensFechar modal.1 de 5Estudantes da rede estadual de São Paulo Jessica Bernardo / Metrópoles2 de 5Estudantes da rede estadual de São Paulo Jessica Bernardo/Metrópoles3 de 5Alunos do ensino fundamental usam computadores para pesquisar temas das aulasJéssica Bernardo/Metrópoles4 de 5Alunos do 2° ano do ensino fundamental são destaque na avaliaçãoJessica Bernardo / Metrópoles5 de 5Crianças acompanham aula em escola na periferia da zona leste de São Paulo Jessica Bernardo/Metrópoles“A Seduc-SP destaca que os desafios contemporâneos da educação, como as transformações vividas no período pós-pandemia, a integração responsável de tecnologias ao ambiente escolar e as novas demandas pedagógicas e sociais, têm trazido novos desafios aos educadores. Com foco na valorização e no bem-estar dos profissionais da rede, a Pasta vem fortalecendo suas políticas de acolhimento, escuta e prevenção.”A nota diz que desde 2024 a Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos (CGRH) disponibiliza um serviço de teleatendimento em psicologia e psiquiatria, que garante apoio individual aos profissionais da rede. Segundo a pasta, até o dia 31 de outubro deste ano, foram realizados mais de 650 mil atendimentos do tipo.