A China está prestes a vencer a corrida da inteligência artificial?

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A indústria de inteligência artificial tem refletido sobre uma questão fundamental recentemente: a China está ultrapassando os EUA na corrida da IA?O debate foi provocado pelo CEO da Nvidia, Jensen Huang, que ganhou manchetes na semana passada ao afirmar que “a China vai vencer a corrida da IA”.Leia também: Deezer: um terço das novas músicas é feito por IA – e quase ninguém nota a diferençaHuang citou o cinismo ocidental, as restrições de exportação e a situação energética vantajosa da China, observando que é muito mais fácil para as empresas garantir suprimentos de energia lá.Mais tarde, Huang voltou atrás em um comunicado publicado na conta da Nvidia no X, esclarecendo que, na verdade, a China estava apenas “nanosegundos atrás dos Estados Unidos na corrida da IA”.Huang, é claro, pode ter seus próprios interesses ao fazer tais declarações, mas ele não é o único a afirmar que a China pode estar alcançando os esforços de IA dos EUA. De fato, há alguns motivos para acreditar que a afirmação original de Huang pode ter fundamento.A questão da energiaEm primeiro lugar, se a corrida da IA se resume fundamentalmente a uma competição de infraestrutura — impulsionada pela capacidade das nações de construir e abastecer imensos e intensivos data centers — e não apenas por quem consegue fazer melhorias incrementais em algoritmos, então a China atualmente possui uma vantagem significativa.O país demonstrou uma capacidade de executar projetos em larga escala com velocidade e coordenação, graças em parte ao papel muito ativo do governo na economia.E, como Huang destacou em seus comentários da semana passada, a eletricidade subsidiada e os processos regulatórios simplificados tornam substancialmente mais fácil para as empresas operarem instalações de IA com alto consumo de energia na China.Em contraste, as empresas norte-americanas enfrentam um cenário regulatório fragmentado e custos de energia comparativamente mais altos, o que pode dificultar a rápida expansão da infraestrutura de IA.Especialistas há muito alertam que o fornecimento de eletricidade provavelmente será o próximo grande gargalo para a indústria de IA — e que Pequim parece estar à frente na solução de alguns desses desafios energéticos críticos. Em comparação, as redes elétricas em muitas cidades dos EUA estão tão sobrecarregadas que algumas empresas optam por construir suas próprias usinas de energia, em vez de depender da infraestrutura elétrica existente.As empresas de tecnologia dos EUA ainda estão explorando soluções alternativas de energia, mas esses projetos podem levar anos para se concretizarem — se é que chegarão a isso.As restrições energéticas já afetam até mesmo alguns dos maiores nomes da tecnologia; por exemplo, a Microsoft revelou recentemente que possui GPUs (placas de vídeo de alta potência) “paradas no estoque” porque não consegue encontrar energia suficiente para usá-las.A liderança no código abertoHá também a questão do código aberto. De acordo com um relatório recente da empresa de capital de risco a16z, a China oficialmente ultrapassou os EUA em número de downloads de modelos de IA de código aberto. A a16z chamou essa virada de um “momento gráfico de caveira” — o ponto em que um rival não apenas fecha uma lacuna que parecia impossível de superar, mas também começa a ultrapassar o líder.Anjney Midha, sócio da a16z, também fez um alerta sobre a dominância chinesa em modelos de código aberto, especialmente com startups como a DeepSeek e seu modelo R1 (código aberto). Ele incentivou as empresas dos EUA a investirem em equipes de ponta e trabalharem para fechar a lacuna do código aberto.Empresas chinesas como a DeepSeek também demonstraram ser mestres em otimizar processos. Por exemplo, com o R1, a empresa provou que, embora talvez não invente a primeira versão de algo, é capaz de produzir versões mais rápidas e baratas, sem sacrificar desempenho.Pesquisas recentes da Tencent e da DeepSeek também mostram como a China está se tornando uma fonte crescente de inovação em IA.Por exemplo, o modelo Calm da Tencent mostrou que substituir a geração “token por token” por previsão vetorial contínua melhora drasticamente a eficiência. Já o novo modelo de código aberto da DeepSeek comprime texto em representações visuais, permitindo que os sistemas de IA processem muito mais informações a um custo menor.Há quem argumente que esses métodos já possam estar sendo silenciosamente utilizados por laboratórios ocidentais como a OpenAI ou a Anthropic, mas sem a mesma divulgação pública.A China já venceu a corrida da IA? Provavelmente ainda não.Mas as empresas chinesas de IA estão, sem dúvida, muito bem posicionadas para fazer uma jogada forte.2025 Fortune Media IP LimitedThe post A China está prestes a vencer a corrida da inteligência artificial? appeared first on InfoMoney.