Mesmo com a reação negativa na sessão pós-resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25) e e alguns ruídos de curto prazo, analistas do Santander e do Goldman Sachs mantiveram recomendação de compra e visão otimista para a Lojas Renner (LREN3) após o balanço. Segundo o Santander, as características favoráveis do segmento de vestuário, como baixo tíquete médio, relevância das datas comemorativas e dependência limitada de crédito devem manter a companhia em trajetória positiva.Leia tambémUGPA3: Morgan eleva preço-alvo, mas mantém recomendação neutra para UltraparUltrapar deve se beneficiar das transformações no setor de distribuição de combustíveis, com potencial de ganho de participação de mercado e recuperação de margensRaízen (RAIZ4) desaba quase 8% após Petrobras descartar investimento na empresaAções da companhiam havia subido mais de 10% na sessão anteriorPor outro lado, banco aponta que o sentimento de mercado pode permanecer volátil até que os investidores superem as comparações mais difíceis do 3T25, mas os temores de uma forte desaceleração no varejo na segunda metade de 2025 parecem exagerados. A instituição projeta crescimento de 16% no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo semestre deste ano, apoiado pela melhora de execução e pela resiliência do segmento de vestuário. Mesmo após reduzir em 5% a estimativa de lucro por ação (EPS) para 2026 e ajustar o preço-alvo para R$ 24,00 ante R$ 24,30, o Santander reforça a recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), destacando que a ação ainda negocia a múltiplos atraentes de 9,6 vezes Preço/Lucro esperado para 2026.Apesar desses riscos, o Santander avalia que a Renner deve manter trajetória positiva. Embora as condições do consumidor venham se deteriorando, o Santander pontua que a empresa se beneficia de características próprias do setor de vestuário. O banco também lembra que o mercado já precifica um 3T25 mais fraco para a companhia.O Santander projeta 6% de crescimento nas vendas mesmas lojas (SSS) no 3T25, estável em relação à previsão anterior, com retomada do crescimento de EBITDA e EPS a partir do 4T25. A entrada da H&M não deve alterar esse cenário, e a instituição não vê espaço para a volta da isenção de imposto para compras internacionais de até US$ 50, dado que o setor de varejo já enfrenta desaceleração generalizada.O Goldman Sachs também reitera visão positiva e recomendação de compra para ações da Lojas Renner, com preço-alvo de R$ 21. Apesar da base de comparação mais exigente no 3T25, o banco americano acredita que a companhia pode entregar crescimento de EBITDA ajustado de cerca de 20% ano contra ano no 2S25 e 11% em 2026.O banco projeta também melhorias graduais no ciclo de capital de giro, apoiadas na maturação do novo modelo de cadeia de suprimentos. Com crescimento de área projetado em 3% ao ano entre 2025 e 2027, ganhos contínuos de margem provenientes da cadeia logística e alavancagem operacional, espera-se um crescimento de lucro por ação (EPS) de 16% no mesmo período. A administração espera que a margem bruta continue crescendo no 2S25, porém com menor magnitude que no 1S25. O Goldman projeta ganho de cerca de 30 pontos-base no semestre, totalizando expansão de aproximadamente 50 pontos-base no acumulado de 2025. A menor expansão reflete, em parte, a base difícil de comparação do 3T24, que registrou margem bruta recorde, especialmente nos formatos Renner e Camicado. Para 2026, há espaço para ganhos incrementais modestos, estimados em 10 pontos-base, à medida que a empresa reinveste parte das eficiências em sua proposta de valor.O resultado do 2T25 foi impactado negativamente por maiores provisões legais e despesas com plano de ações restritas devido à valorização das ações, sem as quais o aumento teria sido de cerca de 6% ano a ano.Durante a teleconferência, a administração destacou que continuará seletiva na concessão de crédito, com maior foco em private label para apoiar a operação de varejo. O Goldman avalia que a Realize segue sendo um motor importante de crescimento quando o cenário macroeconômico melhorar, especialmente por sua capacidade de alavancar as vendas do varejo. Para o 2S25, a companhia estima que a Resolução 4.966 do Banco Central terá impacto menos significativo no resultado, com expectativa de resultado de financiamento ao consumidor de R$ 169 milhões, ante R$ 309 milhões no 1S25.The post LREN3: por que analistas seguem otimistas com Renner, apesar de ruído de curto prazo appeared first on InfoMoney.