Caso Hytalo: adolescente engravidou em casa de influenciador preso por exploração

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A prisão do influenciador digital Hytalo Santos e de seu marido, Israel Natan Vicente, escancarou uma rede de exploração de adolescentes financiada por visualizações e monetizada por grandes plataformas digitais. Os dois foram detidos na última sexta-feira (15), acusados de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual infantil e cárcere privado. Entre as vítimas está uma jovem que engravidou ainda menor de idade, perdeu o bebê e, segundo relatos, vivia sob controle rígido do casal.A adolescente, conhecida como Kamylinha, foi “acolhida” por Hytalo aos 12 anos e se tornou uma das figuras centrais da “Turma do Hytalo”, grupo de jovens que aparecia em vídeos de entretenimento. Aos 17, engravidou do irmão do influenciador, Hyago Santos.Leia tambémHytalo Santos foi agredido por traficantes do CV, revelou Diaba Loira em vídeoEm vídeo, a criminosa afirmou que o influenciador foi obrigado a negar publicamente as agressões sofridasO caso, que já vinha sendo investigado por órgãos como o Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho, ganhou nova dimensão após denúncias sobre a rotina imposta aos adolescentes pelo também influenciador, Felca. Controle, pressão e ausência de direitosSegundo relatos colhidos pelo MP, os jovens viviam sob vigilância constante, com acesso restrito a celulares, controle sobre alimentação e gravações que invadiam até mesmo a rotina escolar. Festas com consumo de álcool por menores e jornadas intensas de produção de conteúdo foram descritas por ex-funcionários, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que também relataram ausência de supervisão adequada.Ao programa, uma ex-colaboradora afirmou que os celulares dos adolescentes eram trancados em caixas ou no quarto de Hytalo. Outro depoimento revelou que, apesar de vídeos indicarem idas à escola, os jovens não frequentavam o ambiente escolar. Para os investigadores, trata-se de um regime de trabalho forçado mascarado como convivência artística.Monetização digital e “mesada” a paisAlém do ambiente abusivo, as investigações revelam que os pais dos adolescentes recebiam valores mensais — entre R$ 2 mil e R$ 3 mil — para permitir que os filhos morassem na casa e participassem das gravações. A prática levanta questionamentos sobre consentimento e coautoria no esquema.As redes sociais, por sua vez, seguiram monetizando os conteúdos até que a repercussão nacional forçou uma resposta. TikTok, YouTube e Instagram informaram que bloquearam a monetização dos perfis de Hytalo, mas não explicaram por que mantiveram os canais ativos por tanto tempo.Kamylinha, que somava mais de 11 milhões de seguidores no Instagram, teve seu perfil bloqueado pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda, após ser identificada fazendo publicidade de casas de aposta — o que é proibido para menores de idade.The post Caso Hytalo: adolescente engravidou em casa de influenciador preso por exploração appeared first on InfoMoney.