Apesar de conhecido pelo visual com maquiagem e fantasias, o Kiss passou por uma fase de transição na década de 1980. Diante das crises internas, da formação inconstante e do quase encerramento das atividades, a banda resolveu ousar e abandonar as máscaras para o lançamento do disco “Lick It Up” (1983). Foi aí que apareceram pela primeira vez de “cara limpa” na mídia.Em sua autobiografia “Uma Vida Sem Máscaras”, Paul Stanley revelou que tomou a decisão porque “as pessoas estavam cansadas daquilo que o Kiss havia se tornado”. Ainda mais depois da entrada do guitarrista Vinnie Vincent, que utilizava um traje composto por elementos da cultura egípcia antiga. Na opinião do vocalista e guitarrista, os músicos simplesmente viraram “um grupo de animais ridículos” com a estética que os consagraram.Apesar das discordância do baixista e vocalista Gene Simmons, o Kiss seguiu em frente com a proposta. Durante tal fase, os artistas disponibilizaram também os discos “Animalize” (1984), “Asylum” (1985), “Crazy Nights” (1987), “Hot in the Shade” (1989), “Revenge” (1992) e, fechando o ciclo, “Carnival of Souls: The Final Sessions” (1997) – até que a formação original retornasse com as típicas maquiagens. Olhando para trás, o Starchild reconhece os problemas do período. Durante entrevista ao podcast The Magnificent Others, apresentado por Billy Corgan, líder do Smashing Pumpkins, o cantor criticou certas escolhas artísticas realizadas à época, mas disse acreditar que a mudança era o único jeito da banda continuar existindo.Conforme transcrição da Ultimate Guitar, o músico declarou:“As roupas eram ridículas. Parecia que a gente tinha se vestido no escuro, numa loja de fantasias, sabe? […] Mas essa foi uma forma que arrumamos de continuarmos. E, de certa forma, eu queria que a banda continuasse. Eu não estava pronto [para o fim] e ninguém pode me dizer quando a banda deveria acabar.”Ele complementou:“Certamente cometemos alguns erros que, quando ouço hoje, penso: ‘caramba’. Tudo o que posso dizer é que nos entregamos 100% a tudo o que fizemos, acreditando que estávamos dando o nosso melhor na época, mas algumas coisas eram bem terríveis.”Em entrevista de 2021 ao jornalista Felipe Branco Cruz, da revista Veja, Stanley refletiu brevemente sobre o assunto. No bate-papo, comentou que ficou “feliz” quando o Kiss tirou as maquiagens em 1983, sob a seguinte justificativa: “Descobrimos que nós éramos tão bons quanto parecíamos. Lotamos todos os shows. Anos depois, quando voltamos aos personagens, soube que não estávamos nos escondendo atrás de nada.”Sobre Paul StanleyNascido em Nova York, Stanley Bert Eisen demonstrou aptidões criativas desde cedo. Formou-se em artes gráficas na Escola de Música e Artes em 1970. A seguir, passou a se dedicar à carreira musical.Após várias tentativas, conheceu Gene Simmons e juntos fundaram o Wicked Lester. A banda se desfez e a dupla criou o Kiss. Com 50 anos de carreira, o grupo vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o planeta. Stanley assumiu a persona Starchild, com direito a uma estrela em um dos olhos na famosa maquiagem.Recentemente fundou o Soul Station, banda onde exalta seu amor pela soul music. O primeiro álbum saiu em 2021. Também lançou dois trabalhos solo, além de ter estrelado uma temporada do musical “O Fantasma da Ópera” em Toronto, Canadá, no ano de 1999.Nasceu com microtia, malformação congênita do ouvido externo direito. Por conta disso, não escuta com ele. Reconstruiu a orelha em 1982. Hoje, dá palestras e auxilia crianças na mesma situação.Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? Clique aqui!Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.O post A opinião de Paul Stanley sobre a fase sem máscaras do Kiss apareceu primeiro em Igor Miranda.