O primeiro álbum em que Richie Kotzen fez o que quis

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Quando começou sua carreira solo no fim da década de 1980, Richie Kotzen enfrentava a pressão das gravadoras. Inicialmente, o guitarrista assinou com a Shrapnel Records, até que a Interscope adquirisse o seu contrato.À época, a empresa queria que ele optasse por uma sonoridade “mais pesada”, com a qual não se identificava. Pelo contrário: ele queria ir numa direção orientada ao soul e R&B. Sendo assim, a resistência gerou sua demissão da companhia e, por consequência, a entrada no Poison em 1991.Quando deixou a banda em 1993, Kotzen, então, fechou contrato com a Geffen Records. Mas os problemas continuavam.Durante recente entrevista ao canal Tone-Talk, o guitarrista pontuou que não tinha qualquer liberdade em nenhuma das gravadoras. Segundo o músico, todas as escolhas eram controladas, ao ponto da proibição parecer “uma tortura”.Conforme transcrição do site Ultimate Guitar, o artista disse: “Novamente, eu lidava com os mesmos problemas, do tipo ‘não, você não pode produzir o seu próprio álbum’ ou ‘não, você não pode fazer isso’. Essas malditas gravadoras são uma mistura de coisas boas e ruins. Dizem para você ‘aqui está um ótimo contrato’, te dão dinheiro, mas, ao mesmo tempo, tentam transformar você em algo que você não é. Então, tudo aquilo foi uma tortura do car#lh0. Por um lado, era algo lindo, mas por outro, no seu coração, criativamente, era como se você estivesse sendo brutalmente torturado.”As coisas só mudaram anos mais tarde, quando o guitarrista conseguiu criar o próprio selo independente, Headroom-Inc, e, então, libertar-se das cobranças externas. A mudança refletiu diretamente no disco “Get Up” (2004), o primeiro no qual pôde fazer simplesmente o que queria. Curiosamente, ele já havia disponibilizado mais de dez álbuns solo antes disso.“No momento em que a internet se abriu e eu pude começar a fazer meus próprios discos sem ter que ouvir palpites, as coisas realmente começaram a acontecer para mim. E acho que o primeiro disco em que pude fazer o que eu queria foi o ‘Get Up’. Foi um trabalho em que não tinha ninguém no meu ouvido. Simplesmente fui lá e fiz do meu jeito.”A importância do álbumÀ 100% Rock Magazine em 2017, Richie destacou a importância do “Get Up” para sua trajetória profissional. Ao seu ver, foi a partir do disco que o público realmente conseguiu enxergar quem ele realmente era: “Sempre houve essa coisa estranha com as gravadoras, como se eu estivesse sendo prejudicado. Tentavam me vender como algo que eu não era. No momento em que me libertei disso, o que aconteceu em 2004, quando lancei o álbum ‘Get Up’, tudo começou a mudar. Acho que naquela época eu nem tinha uma gravadora envolvida, além de mim mesmo. […] A partir do momento em que abri esse caminho, toda a minha carreira se abriu. Minha base de fãs cresceu. As pessoas finalmente puderam me ver como eu realmente sou, em vez de enxergarem só uma pequena parte do todo. Quando o público consegue ver o artista de verdade, quem ele realmente é, aí sim pode tomar uma decisão consciente sobre gostar dele ou não.”Sobre Richie KotzenRichie Kotzen começou a carreira já como artista solo, por volta dos 19 anos de idade, no fim da década de 1980. A qualidade chamou a atenção do Poison, banda que integrou entre 1991 e 1993. Com ele, o grupo de hard rock gravou seu trabalho mais maduro e elogiado, “Native Tongue” (1993).Também mantendo a carreira solo em paralelo, substituiu Paul Gilbert no Mr. Big entre 1999 e 2002. Em 2012, iniciou o power trio The Winery Dogs ao lado de Mike Portnoy (bateria) e Billy Sheehan (baixo), onde também assume os vocais. Desde 2020, Kotzen também se dedica a uma parceria com o guitarrista Adrian Smith (Iron Maiden), que já rendeu dois álbuns.Richie é presença constante no Brasil e já gravou até um álbum ao vivo no país. O músico é casado com a brasileira Julia Lage, atual baixista da Vixen e do projeto Smith/Kotzen.Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? Clique aqui!Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.O post O primeiro álbum em que Richie Kotzen fez o que quis apareceu primeiro em Igor Miranda.