O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse, nessa quarta-feira (13/8), que está disposto a “ir às últimas consequências” para tirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes do poder.“Estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder. Se depender de mim, a gente vai continuar aqui, dobrando a aposta até que a pressão seja insustentável e as pessoas que sustentam Moraes larguem a mão dele para que ele vá sozinho para o abismo”, declarou.Eduardo desembarcou nessa quarta-feira (13/8) em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, para discutir novas sanções a autoridades brasileiras. Os compromissos incluem encontros com representantes do Departamento de Estado, do Departamento do Tesouro e assessores da Casa Branca. Leia também Brasil Motta: Eduardo Bolsonaro ir para os EUA é “incompatível” com o mandato Brasil Eduardo Bolsonaro faz alertas ao comentar novas sanções de Trump Paulo Cappelli Líder do PT move 3ª ação para cassar mandato de Eduardo Bolsonaro Brasil Eduardo Bolsonaro ironiza Haddad por reunião cancelada com os EUA Durante as agendas, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é acompanhado pelo jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo, que mora no estado da Flórida.O deputado se licenciou do cargo na Câmara e se mudou para os Estados Unidos em fevereiro deste ano, onde vive com a sua família desde então. Na época, ele disse que a mudança se deu para que pudesse se “dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.Lei MagnitskyO principal alvo das articulações de Eduardo nos EUA é Moraes. No final de julho, o ministro foi alvo de sanções do governo dos EUA com base na Lei Magnitsky. A medida tem entre as punições previstas o bloqueio de bens e contas nos EUA e a proibição de entrada em território norte-americano.O Metrópoles adiantou, porém, que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), será pauta da reunião de Eduardo e Figueiredo na Casa Branca nesta quinta-feira (14/8).Motta já estava no radar do governo norte-americano e agora volta a atrair a atenção por não ter colocado em votação a anistia aos condenados pelas depredações do 8 de Janeiro e por ter recuado na tramitação da PEC do Fim do Foro Privilegiado.Na entrevista, dada à entrevista à BBC News Brasil, o filho “03” de Bolsonaro não descartou sanções à Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).“Se no futuro nada for feito, talvez aí a gente tenha também o Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição. Eu sei que é o seguinte: eles já estão no radar e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil”, afirmou.“Liberdade vale mais do que a economia”Eduardo Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF para apurar suposta obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.Para a abertura da investigação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o deputado vinha fazendo declarações públicas e postagens em redes sociais, nas quais dizia estar atuando para que o governo norte-americano impusesse sanções a ministros do STF e outras autoridades brasileiras.Em meio a tensões entre Brasil e EUA, no dia 6 de agosto entraram em vigor as novas tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. A medida elevou para 50% a alíquota de importação sobre parte das exportações do Brasil. No texto da ordem, Donald Trump afirmou que o atual governo brasileiro estaria promovendo perseguições e processos políticos contra Bolsonaro e seus aliados, o que, segundo a Casa Branca, comprometeria os direitos humanos e o Estado de Direito.Após o anúncio do tarifaço, Eduardo agradeceu publicamente ao presidente dos EUA e se tornou um dos principais defensores das sanções impostas pelo governo norte-americano. O deputado declarou que, mesmo com os impactos do tarifaço sob a população brasileira, “vale a pena lutar”. “A nossa liberdade vale mais do que a economia”, disse.Nessa quarta, o governo dos EUA anunciou novas sanções que atingiram nomes ligados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o país tomou medidas contra funcionários dos governos de Brasil, Cuba, Granada e nações africanas envolvidos no programa Mais Médicos. Além disso, servidores da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foram alvo da sanção.No Brasil, foram sancionados Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30. Os dois integravam o órgão federal responsável pela saúde pública quando o programa foi implementado no Brasil.Em vídeo publicado no X, o Eduardo disse que a medida é um recado a autoridades brasileiras que cometeram “violações de direitos humanos”.