Trader: Com tarifaço, falas de Lula, Haddad e Trump podem provocar reações imediatas

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Em entrevista ao InfoMoney durante a Expert XP 2025, o economista, analista e influenciador da Clear corretora Rafael Perretti, fez uma análise crítica sobre os impactos do cenário macroeconômico — especialmente em função da política tarifária do presidente Donald Trump — nos mercados futuros de dólar e índice. Segundo ele, os traders devem se preparar para um período de alta volatilidade.“Qualquer fala em relação a essa política de tarifas pode trazer muita volatilidade para os nossos ativos”, alerta. Para Perretti, declarações agora de líderes políticos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Fernando Haddad e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem provocar reações imediatas nos preços, em especial no mercado futuro.Estagflação à vista?Perretti destacou que uma possível continuidade da política protecionista por parte dos Estados Unidos pode resultar em um cenário de estagflação — combinação de estagnação econômica com inflação elevada — com consequências diretas sobre o dólar.“Desde que ele foi empossado presidente dos Estados Unidos e adotou uma política de mais tarifa já em seu primeiro discurso, o dólar começou a perder força perante seus pares. Conseguimos ver essa desvalorização pelo DXY”, explicou.Segundo ele, se esse caminho se mantiver, há espaço para o dólar voltar a negociar ao redor dos R$ 5, embora essa queda tenha limites. “Eu vejo que o dólar ainda talvez possa manter uma trajetória de queda. Claro que não tem tanto espaço para baixo, mas sim, ele pode voltar a negociar, por exemplo, próximo ao patamar dos seus R$ 5”, afirmou.Ainda assim, Perretti pondera que é difícil traçar uma previsão clara para o câmbio. “É muito difícil você ter uma perspectiva de um valuation de moeda. Tem alguns fatores que podem vir a interferir no preço do dólar”, disse. Entre esses fatores, ele aponta as decisões de política econômica dos EUA e a evolução dos dados de atividade.Por isso, ele ressaltou a importância de acompanhar de perto os desdobramentos da política tarifária de Donald Trump, especialmente pelos possíveis impactos sobre o PIB e outros indicadores macroeconômicos dos Estados Unidos.Se essas medidas tarifárias resultarem em desaceleração da economia norte-americana e alta inflacionária, o enfraquecimento do dólar pode se intensificar. “A gente pode entrar em um cenário econômico conhecido como estagflação, e esse é um dos piores cenários da economia que a gente conhece”, ressaltou.Leia tambem: Tarifaço de Trump sobre o Brasil “é absolutamente insano”, diz Al Gore na Expert XPCenário doméstico: risco país e retaliaçãoAlém do cenário externo, Perretti também destacou o risco político e fiscal doméstico como variáveis que devem entrar no radar dos traders e investidores. “Se tivermos um aumento do risco país, com dificuldade de equilíbrio das contas públicas, impasse entre executivo e o legislativo, isso poderá elevar o risco país. Com isso, os investidores recorrerão aos ativos de proteção, que no caso é o dólar e a curva de juros”, afirmou.Na leitura do economista, o maior perigo para o Brasil não está necessariamente na tarifa em si, mas na possibilidade de uma escalada de retaliações. “O maior risco para o nosso país não é a tarifa a ser implementada, é a gente entrar em um cenário de retaliações”, disse.Perretti alerta que o Brasil não possui a mesma força econômica para sustentar esse tipo de embate. “O Brasil não tem margem para erro. Estamos trabalhando com a taxa Selic em 15%. Se a taxa Selic subir drasticamente, vamos ter um impacto forte na nossa atividade econômica”— Rafael Perretti, economista, analista e influencer da Clear corretoraDólar, Ibovespa e cautelaDiante de tantas variáveis macro e políticas, Perretti recomenda cautela. “Hoje a gente está em um cenário altamente dependente dos desdobramentos em relação ao impasse comercial Brasil versus Estados Unidos”, afirmou.Na prática, isso significa que os ativos locais devem continuar reagindo com intensidade às incertezas do ambiente. “O Ibovespa, como é um ativo de classe de risco, pode sofrer muito e cair mais. O dólar, como acaba sendo um ativo de proteção, pode subir pela questão do risco país se elevar”, concluiu.Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. As melhores plataformas para operar na Bolsa. Abra uma conta na XP.The post Trader: Com tarifaço, falas de Lula, Haddad e Trump podem provocar reações imediatas appeared first on InfoMoney.