Moraes proíbe réus de usarem farda no interrogatório do “golpe”

Wait 5 sec.

Nesta segunda-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os militares do núcleo 3, réus pelo suposto golpe de Estado trocassem suas fardas por roupas civis para participar do interrogatório.Os tenentes-coronéis, – chamados “kids pretos” -, Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima tiveram de deixar a sessão para trocar as roupas. Isto porque a ordem de Moraes chegou aos militares apenas após o início da sessão, o que causou questionamento por parte da defesa.Os advogados de defesa recorreram ao juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai, do gabinete de Moraes. Rafael disse que a decisão foi tomada pelo “ministro-relator à medida que a acusação é voltado contra os militares e não contra o Exército Brasileiro como um todo”.– Ele está fardado porque é militar da ativa e está preso em unidade militar. Por óbvio, ele fica fardado na unidade militar em que está preso. O que sugeriram é algo que atenta tanto contra a dignidade do oficialato quanto do acusado – retrucou um dos advogados de defesa.– Ele está na condição de réu no processo. Não está na condição de testemunha que usaria o uniforme militar. Qualquer outra roupa, doutor – afirmou o juiz auxiliar.O advogado disse que o militar – que está preso – não tem roupas civis apropriadas para a audiência e que lhe foi sugerido que “pegasse uma roupa emprestada sob pena de não participar do interrogatório”.– Ele precisou buscar uma roupa emprestada que não era sua para participar de um momento tão sublime e importante para ele, que aguardou mais de oito meses preso para poder falar – apontou o advogado.Fazem parte do núcleo 3 nove militares do Exército e um policial federal. O núcleo é formado por militares do Batalhão de Forças Especiais do Exército, cujos agentes são conhecidos como kids pretos. Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.Fonte: Pleno News