EUA fecham acordos e Brasil segue de lado; tarifa de 50% pode entrar em vigor nesta semana

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segue fechando acordos comerciais ao redor do mundo. No fim de semana foi a vez da União Europeia (UE), que concordou com tarifas de 15% em troca de investir cerca de US$ 600 bilhões no país norte-americano.No Giro do Mercado desta segunda-feira (28), a jornalista Paula Comassetto recebeu Andrea Damico, fundadora e economista-chefe da Buysidebrazil, para comentar sobre os últimos acordos comerciais dos EUA.VEJA MAIS: Virada no ciclo de juros? Acompanhe o Giro do Mercado e saiba o que fazer com seus investimentos após a decisão do CopomA especialista destacou que o acordo com a UE é extremamente importante para os EUA, pelo grande fluxo comercial com a região. “É uma grande notícia para a economia americana. Não a toa o dólar se fortalece. Esse entendimento é tão relevante, ou até mais relevante do que o acordo com a China“, afirmou.De acordo com Damico, a importância dos europeus se manifesta de maneira significativa no mercado de capitais americano. Os europeus lideram até mesmo os investimentos nos títulos de renda fixa americanos, diferente dos chineses.O acordo traz certa tranquilidade para analistas e investidores em relação a expectativa de crescimento dos EUA, que poderia ser ameaçado em caso de uma escalada de tensões comerciais com a UE.Em relação ao Brasil, a especialista vê o país em uma situação complexa. “Do ponto de vista técnico, pelo superávit comercial dos EUA conosco, era para estarmos com a tarifa mínima. Mas como estamos vendo, o que atrapalha são as questões políticas”, disse.Vale ressaltar que a tarifa de 50% que será aplicada ao Brasil a partir do dia 1º de agosto é a maior entre todos os países do mundo.Olhando para os acordos realizados, Damico destaca que os EUA tendem a exigir maiores investimentos no país. Portanto, negociações neste sentido podem ocorrer. Pela proximidade do prazo, a economista acredita que a possibilidade da tarifa entrar em vigor cresce a cada dia.A economista acredita que, apesar da data estar se aproximando, o mercado ainda não precificou a ameaça tarifária, sobretudo na taxa de câmbio, que deve ser pressionada após a medida.Sobre o rumo dos juros no Brasil, Damico segue a mesma visão da maior parte do mercado: o Banco Central (BC) deve iniciar um ciclo de cortes apenas em 2026, com perspectiva de manutenção dos 15% até lá.O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e os meio que o Brasil pode utilizar para negociar com Trump. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.E MAIS: Copom decidirá a taxa Selic nesta quarta – descubra o que muda nos seus investimentos neste conteúdo gratuito