Um funcionário da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, ele foi dispensado do seu cargo após avalições feitas pela vereadora Janaína Paschoal (PP) sobre postagens que ele fez em suas redes sociais pessoais. A sua saída provocou uma discussão sobre os limites entre a vida pessoal e o comportamento profissional de funcionários envolvidos com a comunicação pública.Jeldêam Álves atuava há 12 anos na fundação e ocupava o cargo de editor-chefe da Rede Câmara, responsável pelos conteúdos institucionais da Câmara Municipal de São Paulo. Ele foi dispensado em maio, após pedido formal de desligamento encaminhado à Fundação pela Presidência da Câmara, tendo como parte interessada a vereadora Janaína Paschoal.Segundo a parlamentar, embora o comportamento de Álves não configure crime, seria incompatível com a função exercida em uma TV pública. As críticas da vereadora se referem a fotos e vídeos publicados no perfil pessoal do editor, onde ele aparece de cueca ou sunga em poses consideradas sensuais. “Não dá para ter alguém numa TV pública fazendo striptease nas redes, ou se exibindo”, declarou Janaína, durante reunião do Conselho Editorial da Rede Câmara, colegiado que ela preside.Janaína ainda ressaltou que, apesar do conteúdo estar restrito a uma rede social privada, considera inadequada a exposição do profissional. “Todos temos liberdade, mas é preciso cautela com a vida pessoal quando se atua em instituições públicas. Se acontecer de novo, pedirei nova substituição”, afirmou.Álves, por outro lado, afirma que não recebeu explicações sobre a razão de sua demissão até que o assunto fosse discutido na reunião do conselho. Ele também mencionou que trabalha promovendo marcas de roupas íntimas para homens e acredita que sua imagem pode ter sido afetada por preconceito ou por uma avaliação ideológica. “Agora, juntando os pontos, acredito que tenha sido uma questão moral mesmo. Não sei, homofobia, alguma ideologia que ela não tenha visto compatível com a minha”, disse.