Uma influenciadora do TikTok do Arizona (EUA) foi sentenciada a uma longa pena de prisão na quinta-feira por ajudar agentes da Coreia do Norte a obter de forma fraudulenta empregos remotos de TI em centenas de empresas dos Estados Unidos — parte de um esquema sofisticado para financiar o programa de armas do país, que está sob sanções.Christina Marie Chapman foi condenada no Distrito de Columbia por conspiração para cometer fraude eletrônica, roubo de identidade qualificado e conspiração para lavagem de dinheiro.Ela recebeu uma sentença de 8 anos e meio de prisão, três anos de liberdade supervisionada, além de ter sido obrigada a devolver mais de US$ 284 mil e pagar uma restituição de US$ 176.850.“O regime da Coreia do Norte gerou milhões de dólares para seu programa de armas nucleares ao vitimar cidadãos, empresas e instituições financeiras americanas”, disse Roman Rozhavsky, diretor assistente de contrainteligência do FBI, em comunicado.“Nem mesmo um adversário tão sofisticado quanto o governo da Coreia do Norte consegue ter sucesso sem a ajuda de cidadãos americanos dispostos, como Christina Chapman.”O caso é mais um exemplo dos esforços encobertos da Coreia do Norte para infiltrar empresas estrangeiras — especialmente nos setores de tecnologia e criptomoedas. Autoridades dos EUA afirmam que Pyongyang tem enviado milhares de trabalhadores de TI qualificados para o exterior, que usam identidades falsas para conseguir empregos remotos e, assim, enviar os ganhos de volta ao regime ou facilitar ataques de hackers contra empresas.Empresas cripto são alvosPlataformas de criptomoedas, em particular, tornaram-se alvos frequentes, já que posicionar trabalhadores nesses ambientes permite ao regime identificar falhas de segurança e atacar carteiras digitais das empresas. De acordo com a Chainalysis, hackers ligados à Coreia do Norte roubaram US$ 1,34 bilhão em criptoativos somente em 2024 — um aumento de 21% em relação ao ano anterior.Chapman, uma freelancer e influenciadora com mais de 100 mil seguidores no TikTok, foi inicialmente abordada por operativos norte-coreanos via LinkedIn.A partir de 2020, ela passou a colaborar com os esforços da Coreia do Norte ao operar uma “fazenda de laptops” em sua casa, hospedando computadores enviados por empresas para que trabalhadores de TI pudessem acessá-los remotamente, fingindo estar nos Estados Unidos.As autoridades afirmam que ela também enviou 49 dispositivos para locais no exterior, incluindo vários pacotes para uma cidade chinesa próxima à Coreia do Norte. Mais de 90 laptops foram apreendidos em sua residência.Usando identidades roubadas ou emprestadas, os operativos norte-coreanos arrecadaram milhões de dólares, com salários depositados diretamente ou pagos com cheques de folha de pagamento forjados. Chapman ajudou a lavar o dinheiro por meio de suas próprias contas bancárias, enviando os valores para o exterior. A renda era falsamente declarada sob os nomes de cidadãos americanos reais à Receita Federal e à Administração da Seguridade Social dos EUA.Ao longo de vários anos, ela ajudou trabalhadores norte-coreanos a conseguir empregos em mais de 300 empresas americanas, incluindo companhias da Fortune 500, uma grande rede de televisão, uma fabricante aeroespacial e uma empresa de tecnologia do Vale do Silício.Três norte-coreanos acusados juntamente com Chapman continuam foragidos.Ocultação de origemOs operativos da Coreia do Norte utilizam diversas técnicas de disfarce para ocultar sua origem, como o uso de VPNs, fingir ser cidadãos de outros países e contratar terceiros para participarem das entrevistas iniciais de emprego.Fraser Edwards, CEO e fundador da empresa britânica Cheqd, contou ao Decrypt que sua companhia já sofreu várias tentativas de infiltração e identificou diversos sinais de alerta que indicavam envolvimento norte-coreano.“Nosso CTO revisou algumas das gravações dos testes de entrevista, e quando [o suposto candidato europeu] alternava entre janelas, apareciam caracteres coreanos na tela”, disse Edwards.“Outro sinal de alerta era que os endereços IP estavam sempre passando por proxies. Eles estavam deliberadamente tentando esconder suas identidades o tempo todo.”Edwards e outros afirmam que os norte-coreanos agora estão utilizando atores europeus para conduzir entrevistas iniciais ou chamadas de triagem, tornando a detecção mais difícil. Mesmo quando descobertos, eles rapidamente assumem novas identidades falsas ou se candidatam a outras vagas.* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.No MB, a sua indicação vale Bitcoin para você e seus amigos. Para cada amigo que abrir uma conta e investir, vocês ganham recompensas exclusivas. Saiba mais!O post TikToker pega 8 anos de prisão por infiltrar norte-coreanos em empresas dos EUA apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.