Mais do que planejar, estar preparado para quando as oportunidades aparecerem. Depois que elas chegarem, “não sentar na cadeira” e buscar sempre a melhor versão de si mesmo. É assim que Rodrigo Santoro, ator de sucesso tanto no Brasil quanto em Hollywood e embaixador da XP, guiou os seus passos na carreira e busca não se acomodar já de olho em seus próprios passos, conforme ressaltou em painel da Expert XP 2025, que contou também com Lisandro Lopez, Chief Marketing Officer (CMO) na XP, e Glenda Kozlowski.“Prefiro focar em estar preparado para uma oportunidade quando ela aparecer do que planejar e focar lá na frente. Isso porque expectativa é uma coisa muito complicada, podemos colocar foco em um objetivo específico, mas a vida tem sua própria dinâmica. Me concentro muito na minha preparação e é desse lugar que eu saio para qualquer tipo de construção, pensando na longevidade da carreira ou pensando em um personagem específico”, afirma o ator, ressaltando que “o pior dos mundos é não estar preparado quando uma oportunidade aparece”. Apesar de ser um trabalho que muitas vezes é visto como envolto de muito glamour, “há muito suor por trás”, afirma Santoro, passando também por um universo de pesquisa do personagem para entender e suspender os julgamentos, de forma a entender melhor a realidade que está senso retratada. Leia tambémSe Schwarzenegger pudesse dar um conselho, certamente seria: “Tenha um objetivo”Ex-governador, fisiculturista e ator esteve no placo do evento Expert XP, em São Paulo“Acredito muito em autorresponsabilidade, eu sou sócio majoritário de mim mesmo, eu preciso fazer, eu preciso ir atrás. Se eu não fizer acho muito difícil que alguém vá fazer por mim. A vida é muito curta para ser ordinária e eu busco mesmo ser a melhor versão. A vida é difícil, mas estou aqui para aprender”, afirma. Santoro ainda destacou três valores que são inegociáveis para ele: Ética, respeito e comprometimento.“Se eu fizer ovo frito, vai ser o melhor ovo da galáxia. Não quer dizer que vai ser o melhor, mas vai ser o melhor que eu possa fazer, é assim como um ovo frito ou com um personagem. Eu quero ser o melhor que posso ser, (..) comprometimento é algo de que não abro mão. Quando eu sinto que não estou tão comprometido, aquilo me incomoda de uma forma profunda, preciso trabalhar comprometido, concentrado, entregue, acho justo para a vida. É justo que dê 100% naquele momento”, afirma. Leia tambémIOF, Selic alta e ameaça de taxação fazem parte do “cenário Brasil”, diz CEO da KineaPara Marcio Verri, CEO e um dos fundadores da Kinea, os desafios enfrentados neste ano também são oportunidades, e as gestoras precisam estar preparadas para se adaptarO sucesso também pode ser uma armadilha para acomodação, mas Santoro também aponta que o mundo não para e é necessário sempre buscar mais. “Não tem a ver com já atingi minha ambição e parei. A vida não para, o mundo não para e está cada mais competitivo, com inteligência artificial, tecnologia. De uma hora para outra, o que estava bem passa a deixar de estar. Minha forma de lidar com isso é não deixar de ser curioso e seguir sempre me desafiando. É pensar: ‘Já conquistei isso, mas o que estou fazendo agora?’ Por exemplo, comecei um trabalho agora, quando começo um trabalho novo é como se estivesse começando. Não é do zero porque tenho minha experiência, mas são pessoas novas, personagens novos, ambientes novos. Me preparo para o novo, a gente não sabe o que vai acontecer, pode haver uma variável que de repente pode me desmontar”, afirma.O ator ainda diferencia que estar preparado não tem nada a ver com tensão ou rigidez: “Se você tiver rigidez, não consegue agir rapidamente. Como diria Bruce Lee, ‘be water, my friend'”. Ou “seja água, meu amigo” (em tradução livre), frase essa do artista marcial e ator que enfatiza a adaptabilidade e a resiliência. Atitudes corajosasSantoro ainda lembrou de dois momentos em que tomou atitudes que poderiam ser consideradas muito ousadas, mas que foram determinantes para a sua carreira. A primeira foi a saída da Rede Globo após muitos anos de carreira para fazer cinema, mídia que ainda estava em processo de retomada no Brasil. “Acabei participando da retomada do cinema, fiz o ‘Bicho de 7 cabeças’ [filme de 2001 vencedor de prêmios internacionais]. Queria expandir, muito antes de streaming, era outro mundo, acharam que eu era louco de fazer cinema e buscar outros caminhos, mas foi uma das melhores coisas que eu fiz na minha vida. Não porque eu não estivesse satisfeito, fiz novela, não tenho nenhum preconceito. Mas segui a voz dentro de mim de buscar outras coisas”, afirmou.Um segundo momento, mais concreto, foi durante o filme “O tradutor”, em que Santoro fazia um professor de literatura russa em Cuba e tinha que falar russo e espanhol.“Não sabia nada de russo, tentei dizer não, mas a história não saía da minha cabeça. Pensei que ia quebrar a cara, mas fiz uma partitura fonética em que via como soava. Tive a preparação de um mês e meio, então fiz um pequeno repertório de improviso. Foi uma loucura, mas deu super certo”, contou.The post Rodrigo Santoro: “Prefiro estar sempre preparado para quando a oportunidade aparecer” appeared first on InfoMoney.