O ministro Fernando Haddad afirmou na manhã desta quinta-feira (31), na chegada ao prédio da Fazenda, que a assessoria do secretário do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, entrou em contato com a pasta na quarta para marcar uma nova conversa com o Brasil. Um primeiro diálogo já havia ocorrido entre ambos em maio.Segundo Haddad, a expectativa é que o novo encontro permita discutir a ampliação da lista de produtos isentos. “Vamos levar às autoridades americanas o nosso ponto de vista e recorrer nas instâncias devidas, tanto nos Estados Unidos quanto em organismos internacionais. Isso não interessa ao Brasil nem à América do Sul. Estamos no mesmo continente, buscando mais integração e parceria”, disse.“O mais importante é mostrar que a atitude do Brasil tem sido a atitude correta. Nada do que foi concedido ontem não pode ser revisto”, afirmou o titular da Fazenda, destacando que a situação da negociação hoje é melhor do que antes do tarifaço oficializado na véspera, que poupou quase 700 produtos de exportação brasileiros aos EUA.O ministro destacou que o comércio com os EUA já representou 25% das exportações brasileiras em 2003, percentual que caiu para 12% atualmente, e que a política comercial de Lula busca equilíbrio entre grandes blocos para evitar dependência excessiva. Ele reforçou que o plano de contingência do governo, que já previa medidas para proteger a indústria, o agronegócio e o emprego, será ajustado após o anúncio da Casa Branca e deve ter atos encaminhados à Casa Civil nos próximos dias.Haddad também comentou as exceções anunciadas por Trump, como aeronaves civis e peças de avião (exportações da Embraer) e suco de laranja, que, segundo ele, eram medidas “fora de propósito” na proposta original. “Nada do que foi decidido ontem é irreversível. Penso que esta semana marca o início de uma conversa mais racional, menos apaixonada”, afirmou.O ministro disse ainda que não haverá priorização de setores na negociação, mas que o governo vai avaliar caso a caso, incluindo linhas de crédito emergenciais para segmentos mais vulneráveis. “Alguns têm solução de curto prazo mais fácil, como commodities com mercados amplos, mas mesmo esses exigem tempo para adaptação”, explicou.Segundo Haddad, o sinal de abertura do Tesouro americano “indica que mais produtos poderão ser discutidos” e que, apesar de algum alívio com as exceções já anunciadas, o Brasil ainda tem “muito trabalho pela frente” para alcançar um resultado melhor.The post Haddad: Tesouro dos EUA fez contato para marcar nova conversa sobre tarifas appeared first on InfoMoney.