Após o BioParque precisar fechar as portas novamente, nesta quarta-feira (30), por causa da morte de mais quatro aves que viviam no local, o professor de sanidade avícola da Universidade Federal Fluminense (UFF), Thomas Salles, destacou a medida preventiva como necessária para conter o vírus."A atitude de fechar o parque é uma medida preventiva e muito correta. Caso o resultado do laudo do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária seja positivo para influenza, vai confirmar que o vírus continua circulando dentro do BioParque, apesar das medidas que eles tomaram para isolar o local dos primeiros casos. Então existe risco de outras aves se infectarem. O isolamento é necessário para tentar conter a disseminação do vírus para outras aves", explicou.No início deste mês, o parque suspendeu as atividades por uma semana devido à morte de 16 galinhas-d'Angola e três pavões por gripe aviária. Desta vez, três marrecos e uma maritaca morreram. Os animais estavam em um ambiente distinto do local onde viviam as primeiras aves infectadas pela doença.De acordo com a Superintendência de Defesa Agropecuária, que confirmou os óbitos, os marrecos e a maritaca estavam na área do Viveiro. Com a necessidade de uma nova interdição parcial, o parque optou, de forma voluntária, pela suspensão temporária de suas atividades.O professor também destacou a necessidade do monitoramento dos funcionários que tiveram contato direto com os animais, mas afirmou que o risco para os visitantes é quase zero."Os funcionários que tiveram contato com as aves doentes ou mortas devem ser monitorados. É de se esperar que nenhum frequentador tenha tido um contato tão direto com as aves. Portanto o risco de contaminação para visitantes é muito baixo, tendendo a zero", disse.Além disso, uma equipe da Defesa Agropecuária realizou vistoria no local, com coleta de material já encaminhado para análise laboratorial. Ainda de acordo com a pasta, os visitantes do parque não tiveram acesso ao local onde tiveram novas infecções.No momento, os animais que vivem no parque estão em observação, dentro do período de incubação da doença, que é de 14 dias. Caso sintomas sejam identificados, outras medidas serão adotadas. As ações seguem sendo realizadas com atuação conjunta da equipe técnica da Defesa Agropecuária, do BioParque, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Secretaria de Saúde.A reabertura depois do primeiro fechamento do espaço, localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte, aconteceu na última quinta-feira (24), depois da interdição da área da Savana Africana, que, inicialmente, foi a única afetada."A medida [de reabertura] foi tomada tomando em conta que as aves não têm contato direto com as pessoas e que o BioParque tem um corpo técnico qualificado para lidar com as aves. O problema da influenza atualmente são as aves de vida livre", destacou Salles.O espaço ficaria fechado por mais 14 dias, respeitando os protocolos de biossegurança. O resultado que apontou a gripe aviária como causa da morte se deu através de uma análise laboratorial feita pelo laboratório de referência do Ministério da Agricultura.A gripe aviária não é transmitida para humanos através do consumo de carne ou ovos, apenas por contato direto com animais infectados."Todos os raros casos que temos de infecção pelo H5N1 foram em pessoas que tiveram contato com aves infectadas. Os relatos falam de alguns casos assintomáticos, algumas pessoas com sinais respiratórios de leve a moderados. Existe o relato de algumas mortes humanas por esse vírus, mas novamente de pessoas que tiveram contato por tempo prolongado com aves doentes. Alguém que visitou o BioParque e não teve nenhum contato direto com as aves não deve se preocupar", expôs.