Bike SP vai trocar pedaladas por créditos no Bilhete Único

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Usar a bicicleta para ir e vir traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental de quem pedala e também para a cidade onde vive essa pessoa. As pedaladas não emitem poluem o ar, não são fonte de poluição sonora, ajudam a melhorar a segurança no trânsito e a qualidade de vida da população, reduzindo também os gastos da área de saúde.Mas, para que as bicicletas se tornem parte da rotina em centros urbanos é necessário que ciclistas tenham segurança para se deslocar com as suas “magrelas” e as políticas públicas a favor desse meio de transporte são fundamentais. Como exemplo de incentivos para que as pessoas passem a usar a bike, está o incentivo monetário. Em alguns países, as pessoas recebem valores em dinheiro para trocar o carro pela bicicleta ou tem um subsídio para a compra de uma bike.Ciclovia no Rio Pinheiros, em São Paulo. Foto: Edson Hiroshi Aoki, CC BY-SA 3.0 , via Wikimedia CommonsEm São Paulo, uma ideia para estimular a migração para este modal veio em 2016, quando a Prefeitura aprovou uma lei de incentivo que deu origem ao projeto chamado “Bike SP”, um programa voltado para dar créditos de mobilidade no Bilhete Único para quem se desloca usando a bicicleta.Mas, a iniciativa nunca chegou a ser regulamentada e um dos motivos, segundo a prefeitura, era a falta de estudos que embasem o programa e ajudem a determinar como ele será executado.Foto: Edson Lopes Jr. | SECOM Leia também: 1.Pedalar fortalece músculos, melhora sono e bem-estar mental 2.7 dicas para pedalar com segurança Em 2025, para fundamentar a ideia cientificamente e ajudar na regulamentação da lei, um projeto piloto vai começar em agosto com 1300 ciclistas da cidade de São Paulo que se inscreveram previamente.“O projeto vai tirar carros das ruas e levar mais pessoas para esse meio de transporte sustentável, que é a bicicleta. Incentivar a mobilidade ativa é fundamental para uma cidade que pretende reduzir os congestionamentos e combater os efeitos das mudanças climáticas. O Bike SP tem o potencial de revolucionar a mobilidade em bicicleta na capital paulista”, comemora a vereadora Renata Falzoni que tem cobrado e apoiado a implementação do projeto desde o início do seu mandato, em janeiro desse ano.O teste do Bike SP vai durar cerca de três meses e os dados coletados servirão para embasar a regulamentação definitiva do programa. O valor por quilômetro pedalado ainda será definido durante o estudo.Campus da USP conta com estrutura cicloviária permanente. | Foto: USP Imagens | Marcos SantosAlém de promover o uso da bicicleta, o projeto também pretende gerar um mapeamento inédito dos deslocamentos cicloviários em São Paulo. “A gente vai ter centenas de milhares de viagens feitas em bicicleta na cidade de São Paulo e vai saber cada quarteirão que cada bicicleta passou. Então, teremos uma informação que quase nenhuma cidade do mundo tem hoje, que é exatamente por onde circulam os seus ciclistas. Na cidade de São Paulo, a gente não sabe isso. Isso vai ser muito rico, por exemplo, para planejar a expansão da infraestrutura cicloviária, explica Fábio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da USP e coordenador do projeto.O experimento irá avaliar ainda a viabilidade de integração da bicicleta com o transporte público. No aplicativo usado no programa, ciclistas vão cadastrar os endereços do da residência, trabalho, estudo, lazer e também hubs de transporte público, terminais de ônibus, estações de metrô ou de trem.Telas mostram o funcionamento do aplicativo criado para o projeto Bike SP. Imagens: IME – USP Leia também: 1.Vamos pedalar? Dicas para andar de bike nas grandes cidades 2.Pedalar ao ar livre traz benefícios para corpo e mente “Quando a pessoa fizer uma viagem de bicicleta, vai usar o aplicativo que vai detectar onde o trajeto começou e terminou, rastreando a viagem. Quando chegar no seu destino, basta aperta finalizar a viagem e a gente tem alguns algoritmos que vão verificar se a viagem foi realmente feita de bicicleta. Caso ela seja aprovada, será creditado um valor no Bilhete Único dessa pessoa diretamente”, diz Fábio.O objetivo desta fase inicial é verificar a hipótese de que remunerar ciclistas leva ao aumento do número de viagens funcionais (com motivo de origem ou destino trabalho ou estudo) feitas em bicicleta.O código para o projeto é livre e pode ser acessado em gitlab.com/interscity/bikesp/bikespapp. Além disso, o aplicativo é publicamente disponível para dispositivos Android, mas somente ciclistas que participam desta primeira etapa vão conseguir o acesso pessoal.Brasil e bicicletas: 35 milhões de deslocamentos em 6 mesesFoto: Divulgação | TembiciUma pesquisa com a base de usuários da Tembici, empresa de micromobilidade na América Latina, revelou que 70% das pessoas entrevistadas querem aumentar a frequência do uso das bicicletas compartilhadas em 2025. Com o final do semestre, outros dados da plataforma mostram que o interesse dos respondentes não se tornou uma promessa abandonada.O sistema de bikes contabilizou 35 milhões de deslocamentos no Brasil durante o primeiro semestre de 2025. Esses trajetos fizeram com que a quantidade de CO2 que deixou de ser emitida aumentasse 20% em comparação com o mesmo período do ano passado.Foram mais de 89 milhões de quilômetros pedalados com as bicicletas compartilhadas, distância que corresponde a cerca de 3 mil voltas ao redor do planeta e mostra a crescente adesão da micromobilidade no país.Foto: Divulgação | Tembici Leia também: 1.Ciclovias protegidas dobram número de ciclistas, mostra estudo 2.Relatos de uma ciclista iniciante em São Paulo “Os números mostram a consolidação da micromobilidade no cotidiano das pessoas, principalmente da população que vive em grandes metrópoles e lidam com questões urbanas, como congestionamentos e poluição. Trata-se de uma mudança de comportamento que é baseada na otimização do tempo, em sustentabilidade e mais qualidade de vida. Como resultado, temos cidades mais dinâmicas.”, comenta Thiago Boufelli, diretor de operações (CBO) da Tembici.De acordo com o executivo, o crescimento vai de encontro com os números que a empresa mapeou sobre a vontade que os brasileiros entrevistados tinham de pedalar mais no decorrer de 2025. Entretanto, os dados de algumas cidades superaram a média nacional.Em Belo Horizonte, o interesse em aumentar a frequência das pedaladas foi de 82%. Em Pernambuco, a afirmação foi feita por 74% dos ouvidos. Por fim, 71% dos curitibanos também disseram que querem usar mais bicicleta compartilhada nos próximos meses. Importante ressaltar que esses três locais se destacaram na quantidade de deslocamentos pedalados no semestre.Foto: Reprodução | Tembici The post Bike SP vai trocar pedaladas por créditos no Bilhete Único appeared first on CicloVivo.