Substância pegajosa em jarro de 2.500 anos intrigava cientistas – mas resposta pode ser simples

Wait 5 sec.

Uma substância pegajosa descoberta em um um jarro de cobre em um antigo santuário grego vem intrigando cientistas há décadas. Agora, uma nova análise do material parece ter encontrado uma resposta plausível para o mistério.Cientistas acreditam que o resíduo se trata de mel — e não mistura de gorduras, óleos e cera de abelha como já foi cogitado. O resultado da análise foi publicado no Journal of the American Chemical Society.Amostras passaram por novas análises depois que os jarros foram levados para uma exposição no Museu Ashmolean, em Oxford (Imagem: Reprodução/Oxford)“Resíduos antigos não são apenas vestígios do que as pessoas comiam ou ofereciam aos deuses — são ecossistemas químicos complexos”, explica a pesquisadora Luciana da Costa Carvalho. “Estudá-los revela como essas substâncias mudaram ao longo do tempo, abrindo caminho para trabalhos futuros sobre a atividade microbiana antiga e suas possíveis aplicações.”Fonte sagradaO santuário grego, datado de cerca de 520 a.C., foi descoberto em Paestum, Itália — a cerca de uma hora e meia de carro de Pompeia, em 1954. Pesquisas anteriores já comprovaram que o mel era deixado em locais sagrados como oferenda a deuses.Ao longo de 30 anos, três equipes diferentes analisaram o resíduo encontrado nos jarros. No entanto, eles não conseguiram confirmar a presença de mel e concluíram que poderia se tratar de algum tipo de gordura animal ou vegetal contaminada com pólen e partes de insetos.Técnicas modernas contribuíram para um estudo de composição molecular mais detalhado (Imagem: Reprodução/Oxford)Recentemente, as amostras passaram por novas análises depois que os jarros foram levados para uma exposição no Museu Ashmolean, em Oxford, no Reino Unido. Técnicas modernas contribuíram para um estudo de composição molecular mais detalhado do que aqueles que vinham sendo feitos até então.Leia Mais:Qual era o cheiro das estátuas gregas e romanas? Pesquisa dá resposta inusitadaArtefato da tumba de Tutancâmon está à venda? Entenda a polêmicaCaverna secreta foi santuário romano, diz estudoMel era usado como adoçante em preparações medicinais, em rituais e em cosméticos (Imagem: Meindert van der Haven/iStock)E o que foi descoberto?O resíduo antigo tinha uma impressão digital química quase idêntica à da cera de abelha e do mel modernos, com um nível de acidez mais alto, consistente com as mudanças após armazenamento de longo prazo;A composição química do resíduo era mais complexa do que a da cera de abelha degradada pelo calor, sugerindo a presença de mel ou outras substâncias;Onde o resíduo tocou o jarro de bronze, foi encontrado açúcar degradado misturado com cobre;Açúcares hexose, um grupo comum de açúcares encontrados no mel, foram detectados em concentrações mais altas nos resíduos antigos do que na cera de abelha moderna;Proteínas da geleia real (secretadas pela abelha ocidental) também foram identificadas no resíduo;Os pesquisadores não descartam a possibilidade de que outros produtos apícolas também estejam presentes.O post Substância pegajosa em jarro de 2.500 anos intrigava cientistas – mas resposta pode ser simples apareceu primeiro em Olhar Digital.