Atividade industrial da China encolhe mais que esperado com queda nas exportações; Europa se mantém estável

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A atividade industrial da China se deteriorou em julho, à medida que o enfraquecimento do crescimento de novos negócios levou os fabricantes a reduzir a produção, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta sexta-feira (1º). Na Europa, por sua vez, o setor manufatureiro se aproximou da estabilização no mesmo mês, após uma atividade em ritmo lento nos últimos três anos.O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da Indústria Geral da China da S&P Global caiu para 49,5 em julho, ante 50,4 em junho, ficando abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam 50,4, segundo uma pesquisa da Reuters. A marca de 50 separa crescimento de contração.A leitura, combinada com a pesquisa oficial divulgada nesta quinta-feira (31), é um mau sinal para o ímpeto de crescimento no início do terceiro trimestre, após um crescimento robusto na primeira metade do ano.Giro do Mercado: Inscreva-se gratuitamente para receber lembretes e conferir o programa em primeira mão Em meio a uma trégua comercial com os Estados Unidos, economistas dizem que o apoio das exportações antecipadas (antes do aumento das tarifas dos EUA) para a segunda maior economia do mundo pode enfraquecer no restante do ano.De acordo com a pesquisa da S&P Global, os novos pedidos de exportação se contraíram pelo quarto mês consecutivo e em um ritmo mais rápido do que em junho.Depois de subir em junho, a produção industrial caiu em julho. As empresas procuraram utilizar seus estoques atuais para cumprir os pedidos, o que contribuiu para a segunda queda mensal consecutiva nos estoques pós-produção.A queda na produção, junto com um volume de pedidos em atraso estável, levou os donos de fábricas a reduzir sua força de trabalho em julho. As empresas também disseram que preocupações com custos embasaram a decisão de reduzir pessoal.No entanto, o sentimento empresarial melhorou no início da segunda metade de 2025, embora ainda estivesse abaixo da média histórica da série. Os fabricantes esperavam melhores condições econômicas e esforços promocionais para impulsionar as vendas no próximo ano.À medida que o governo chinês começou a lidar com as “guerras de preços” entre fabricantes, os preços médios de insumos aumentaram pela primeira vez em cinco meses. Ainda assim, as empresas reduziram seus preços de venda novamente, já que a concorrência por novos negócios se intensificou. Mas os preços de exportação aumentaram no ritmo mais rápido em um ano, devido ao aumento nos custos de envio e logística.EuropaO PMI de Manufatura da Zona do Euro HCOB, compilado pela S&P Global, subiu ligeiramente para 49,8 em julho, ante 49,5 em junho, atingindo seu nível mais alto desde julho de 2021. Esse resultado correspondeu a uma estimativa preliminar e ficou apenas um pouco abaixo da marca de 50,0 que separa crescimento de contração.A produção das fábricas cresceu pelo quinto mês consecutivo, mas em um ritmo mais lento, com o índice de produção caindo para 50,6 ante 50,8, marcando o menor nível em quatro meses.“A manufatura na zona do euro está recuperando impulso com cautela. Com o novo marco comercial acordado entre a União Europeia e os EUA, a incerteza deve diminuir, e os sinais apontam para uma tendência de alta contínua nos próximos meses”, disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.Os EUA firmaram no domingo um acordo comercial com a União Europeia, impondo uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos da UE.A Alemanha, maior economia da Europa, viu seu PMI industrial subir para 49,1, uma máxima de 35 meses, embora ainda indique contração. França e Áustria empataram como os piores desempenhos, com leituras idênticas de 48,2.Entre os países da zona do euro, a Irlanda liderou o desempenho industrial com um PMI de 53,2, embora isso represente o menor nível em dois meses. Holanda e Espanha registraram 51,9, marcando as máximas de 14 meses e sete meses, respectivamente. A Grécia manteve sua sequência de crescimento com 51,7.Os novos pedidos caíram marginalmente, com as vendas de exportação prejudicando os resultados após uma breve estabilização em junho.As pressões de preços permaneceram praticamente ausentes em julho, com os custos de insumos inalterados após três meses de queda, enquanto os preços de venda praticamente não se moveram.O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros inalteradas na semana passada e fez uma avaliação moderadamente otimista da economia da união monetária.A confiança empresarial em relação à produção futura permaneceu acima da média de longo prazo em julho, embora tenha recuado em relação à máxima de 40 meses registrada em junho, sugerindo que os fabricantes mantêm uma perspectiva cautelosamente otimista para o ano à frente.