Uma equipe de pesquisadores do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) dos EUA acaba de anunciar a descoberta de algo raríssimo no céu: uma espécie de “unicórnio” espacial.Esse objeto chamou a atenção dos astrônomos por assumir um comportamento que desafia tudo o que se sabia até agora sobre estrelas superdensas: ele emite sinais de rádio repetidos e está girando mais rápido com o passar do tempo – o oposto do que se espera da física.O que é um “unicórnio” espacial?Na astronomia, “unicórnio” é um apelido usado para descrever descobertas extremamente raras e incomuns (tão improváveis quanto a existência do animal mitológico). Não é um termo técnico, mas uma forma de destacar fenômenos que fogem totalmente do padrão. “Unicórnio” é um apelido dado a fenômenos astronômicos extremamente raros, tão improváveis quanto a criatura mitológica de mesmo nome. Crédito: Gerador de imagens IA do ShutterstockBatizado de CHIME J1634+44, esse objeto pertence a uma categoria chamada Transientes de Rádio de Longo Período (LPTs), formada por corpos que emitem sinais de rádio de tempos em tempos, em intervalos que podem durar minutos ou até horas. Esses sinais são parecidos com os de estrelas de nêutrons conhecidas como pulsares, mas muito mais espaçados. De acordo com um comunicado do NRAO, normalmente, objetos compactos como estrelas de nêutrons perdem energia com o tempo e passam a girar mais devagar. No entanto, no caso do CHIME J1634+44, os cientistas perceberam que ele está girando mais rápido, o que pode indicar que está em um sistema binário, ou seja, orbitando junto com outro corpo celeste. Isso pode fazer com que o sistema perca energia e os objetos se aproximem, acelerando a rotação.Sinais emitidos pelo “unicórnio” espacial são parecidos com os de estrelas de nêutrons conhecidas como pulsares (representadas na imagem acima), mas muito mais espaçados. Crédito: Jurik Peter – ShutterstockLeia mais:Peixe “unicórnio” é descoberto na ChinaChina descobre característica inesperada na superfície dos pulsaresVídeo mostra visitante interestelar passando pelo Sistema SolarSinais emitidos pelo objeto diferem de tudo o que já foi observadoOutro detalhe impressionante são os sinais de rádio emitidos, que se repetem em dois padrões diferentes: um ciclo de 14 minutos e outro de 70 minutos. Isso também é um indicativo de que algo está influenciando esses sinais, como um segundo corpo em órbita. Além disso, os pulsos viajam pelo espaço em espirais perfeitas e totalmente polarizadas, algo muito raro e que sugere uma forma de emissão diferente de tudo que já foi observado.A descoberta foi possível graças à combinação de quatro fontes de dados:Projeto de Explosão Rápida de Rádio e Pulsar do Experimento Canadense de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME);Telescópio Green Bank, da Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF GBT);Matriz Muito Grande do NSF (NSF VLA);Observatório Swift Neil Gehrels, da NASA (Swift).Cada instrumento contribuiu com diferentes informações, como localização, frequência e polarização dos sinais.Segundo os autores da descoberta, esse “unicórnio” pode ser só o primeiro de muitos LPTs ainda desconhecidos, que abrirão novos caminhos na radioastronomia, ajudando a desvendar os mistérios das estrelas de nêutrons em rotação – um dos objetos mais enigmáticos do cosmos.O post “Unicórnio” é detectado girando de forma estranha no espaço apareceu primeiro em Olhar Digital.