Quando falamos em “bombas mais poderosas”, não estamos só falando de destruição em massa, mas de um marco brutal da ciência, tecnologia e geopolítica. Desde a Segunda Guerra Mundial, o avanço das armas nucleares virou um termômetro do poder dos países, da corrida armamentista e da ameaça global que ronda até hoje. Essas bombas, com energia capaz de devastar cidades inteiras em segundos, são uma mistura de ciência, horror e alerta para o que o ser humano pode criar quando a lógica é a dominação total.Neste ranking, vamos conhecer as cinco bombas mais potentes já produzidas pela humanidade, destrinchar seu impacto, origem e as consequências históricas e ambientais que deixaram para trás.Quais são as bombas mais poderosas já produzidas pela humanidade?Bomba B53 – A ameaça gigante até o século 21Bomba B53 (Imagem: US Air Force/Reprodução)A B53, com potência máxima de 9 megatons, foi uma das ogivas mais pesadas já construídas pelos EUA, fabricada em 1962. Apesar de não ser a mais potente, era uma das maiores em peso e volume, pesando quase 4 toneladas.Sua função principal era destruir bunkers fortificados e bases subterrâneas, usando seu poder explosivo para penetrar solo e concreto antes de detonar. Com formato cilíndrico, foi mantida no arsenal americano até 2011, quando foi oficialmente desativada e destruída.O fato de ter permanecido ativa até tão recentemente mostra como essas armas continuaram sendo parte da estratégia militar e da ameaça global, mesmo com o avanço de tecnologias mais modernas.Ivy Mike – A pioneira das bombas termonuclearesIvy Mike, detonada em 1º de novembro de 1952 nas Ilhas Marshall, foi a primeira bomba de hidrogênio real, marcando o início da era termonuclear e figurando entre uma das bombas mais poderosas de todas. Diferente das bombas atômicas que utilizavam a fissão nuclear, a Ivy Mike usou a fusão nuclear (processo que ocorre no Sol) para liberar energia, tornando-se muito mais potente.Sua potência chegou a 10,4 megatons, o que era até então impensável. O teste destruiu completamente a ilha de Elugelab, deixando um buraco enorme no oceano. A bomba era tão grande e complexa que não podia ser transportada, servindo apenas para testes. Ela pesava cerca de 82 toneladas e consumia muita energia para funcionar.Ivy Mike provou que armas termonucleares eram possíveis, abrindo espaço para desenvolvimento de armas menores, mas igualmente poderosas, que poderiam ser usadas em conflitos reais. Além disso, mostrou o perigo da contaminação radioativa em testes em ilhas e oceanos, impactando ecossistemas e populações locais.Castle Bravo – O teste nuclear que saiu do controleExplosão da bomba atômica Castle Bravo (Imagem: United States Department of Energy/Reprodução)Castle Bravo foi o teste termonuclear dos EUA que virou uma catástrofe, realizado em 1º de março de 1954, também nas Ilhas Marshall. Era esperado que a explosão gerasse 5 megatons, mas, por um erro na fórmula do combustível, atingiu 15 megatons, três vezes mais do que o previsto e se tornando uma das bombas mais poderosas já criadas.Esse erro teve consequências dramáticas. A nuvem radioativa se espalhou por centenas de quilômetros, contaminando diversas ilhas e a tripulação do navio japonês Lucky Dragon 5, que pescava nas proximidades, causando doenças e até mortes por envenenamento radioativo.Castle Bravo é um exemplo emblemático de como o desenvolvimento dessas armas era repleto de riscos imprevisíveis, tanto para o meio ambiente quanto para populações humanas. Ele gerou protestos internacionais e levou a acordos para controlar testes nucleares no espaço aberto.Leia também:Bomba inteligente: o que é e como funciona a bomba guiada?Como funciona a bomba nuclear?Uma bomba atômica é capaz de consumir atmosfera da Terra?Bomba B41 – O arsenal mais pesado dos EUABomba B41 (Imagem: Wilson44691/Reprodução)A B41, produzida durante a Guerra Fria, foi a bomba termonuclear mais poderosa dos Estados Unidos já incorporada oficialmente ao arsenal. Sua potência variava entre 25 e 26 megatons, posicionando-a entre as maiores da história.A B41 foi projetada para uso militar efetivo e não apenas como teste, com capacidade para ser lançada por bombardeiros estratégicos como o B-52. Seu formato era esguio, medindo cerca de 4 metros e pesando 10 toneladas, com sistema de múltiplos estágios que maximizavam o rendimento.Ela fazia parte da estratégia de dissuasão nuclear americana, cujo objetivo era impedir qualquer ataque soviético, mostrando que a resposta seria igualmente devastadora. A B41 permaneceu ativa até o começo dos anos 1970, sendo gradualmente aposentada com o avanço de armas mais sofisticadas e sistemas de mísseis balísticos.Tsar Bomba – A explosão suprema da União SoviéticaUm invólucro do tipo Tsar Bomba em exposição no museu da bomba atômica de Sarov (Imagem: Croquant/Reprodução)A Tsar Bomba, oficialmente chamada de AN602, é a bomba nuclear mais poderosa já detonada, um verdadeiro monstro tecnológico e tida por muitos, como a arma mais potente já inventada pela humanidade. Criada pela União Soviética e testada em 30 de outubro de 1961, ela tinha uma potência de 50 megatons de TNT – embora pudesse chegar a 100 megatons, se usada na sua configuração máxima. Essa potência equivale a cerca de 3.300 vezes a bomba de Hiroshima.A bomba pesava 27 toneladas e tinha 8 metros de comprimento, impossível de ser carregada por qualquer avião da época sem modificações. Para detoná-la, um Tu-95 pilotado por um esquadrão especial foi usado, soltando a bomba sobre o arquipélago de Nova Zembla. A bola de fogo atingiu 8 km de diâmetro, e a explosão gerou uma nuvem em forma de cogumelo que alcançou quase 70 km de altura.O impacto gerou uma onda de choque que deu a volta completa na Terra três vezes. Para evitar a destruição total do avião que soltou a bomba, os soviéticos criaram paraquedas gigantes para desacelerar a queda. O teste foi uma demonstração explícita de poder, mas também um aviso sobre os riscos extremos da corrida armamentista nuclear.As bombas mais poderosas já criadas pela humanidade são um símbolo cruel do que podemos fazer quando a ciência é usada para a destruição em massa. Apesar da potência impressionante, elas nunca foram usadas em conflitos após os testes iniciais, justamente pelo risco extremo de um desastre global.O post As 5 bombas mais poderosas já produzidas pela humanidade apareceu primeiro em Olhar Digital.