Entenda como o São Paulo deixou o “soberano” para ser “time do povo”

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O São Paulo passou por um reposicionamento de marca com foco em reaproximar o torcedor. A mudança, que incluiu a criação de setores populares no Morumbis e o abandono da alcunha “Soberano”, tem como objetivo tornar o clube mais acessível e conectado com as causas sociais.O diretor executivo de marketing Eduardo Toni falou ao CNN Esportes S/A sobre os bastidores da estratégia e os resultados da nova abordagem adotada pelo clube. Leia Mais Corinthians tem os piores públicos após acesso por reconhecimento facial Diretor comenta venda de promessas do São Paulo: “Não posso segurar jogador” Novo reforço, Gonzalo Tapia explica onde pode jogar no São Paulo “Essa foi uma preocupação que a gente teve desde o primeiro dia da gestão. O presidente, Júlio Casares, tinha uma preocupação de trazer o público de volta”, afirmou o diretor. “A gente vinha perdendo os clássicos e acabou criando um distanciamento natural da torcida”, explicou.O distanciamento do termo “soberano” fez parte do novo posicionamento.Eu nem sei se foi uma estratégia do São Paulo. Eu acho que isso não é uma coisa positiva, acho que cria uma certa arrogância. A nossa questão é realmente ser um time de todos. A gente abraça todas as causas sociais, a gente tem preocupações sociais e a gente entende que há espaço para todos no estádio.Eduardo Toni, diretor executivo de marketing do São PauloDa estratégia aos resultadosO primeiro passo foi a criação de um setor popular na arquibancada superior, área sem cobertura e tradicionalmente ocupada pelas torcidas organizadas. Em seguida, o modelo foi ampliado para cadeiras intermediárias com valores reduzidos à metade do preço original.“Se a arquibancada central custa 100, lá vai custar 50. Se a cadeira intermediária custa 200, ela vai custar 100”, explicou.Na contramão de outros clubes, o São Paulo não seguiu a tendência de aumento do ticket médio. Ainda assim, o diretor afirma que a estratégia tem dado resultado financeiro.Temos um estádio para quase 70 mil pessoas. Nós temos setores lá muito caros, nós temos camarotes com preço bastante elevados. (…) Então, nós temos setores populares e temos setores onde você tem um preço um pouco mais caros. A balança equilibrou e a gente conseguiu, junto com outras atrações, fazer o estádio bastante rentável.Eduardo Toni, diretor executivo de marketing do São PauloO time também passou a estudar variáveis como preço e horário dos jogos.“A gente estuda muito as estratégias de preço, o horário do jogo. Então, você faz um jogo na quarta-feira às 21h45 com televisão, você tem que avaliar o preço que você vai pôr, porque senão você vai ter o estádio vazio”, afirmou.Futebol: 61% dos brasileiros gastam com o esporte, diz pesquisa | ESPORTES S/APara evitar a concentração do público apenas no setor mais barato, o São Paulo adotou uma dinâmica de venda escalonada.“Quando a gente abre a venda do setor popular, todo mundo compra o setor popular e os outros setores ficam vazios. Então, a gente equilibra isso com as aberturas de venda”, contou o dirigente.Sintonia com o time e a torcidaA tática também considera o momento do time.“Naturalmente que a performance em campo é outro fator importante, não é? Nós voltamos a ganhar campeonatos, voltamos a ganhar clássicos. Hoje nós temos a torcida que entende o momento do clube e apoia o clube”, pontuou Toni.O diretor ressaltou a eficácia da estratégia e a adesão da torcida tricolor.“A torcida, entendendo o nosso approach, tem tido uma boa receptividade e lotado o estádio em quase todos os jogos.”CNN Esportes S/ACom Eduardo Toni, o CNN Esportes S/A chega à 101ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.São Paulo é o clube que mais gerou receita com estádio em 2024