Portugal lidera conservação marinha na Europa

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Durante uma recente conferência da ONU sobre a proteção do mar, Portugal anunciou a criação de uma nova área marinha protegida de 38.000 milhas quadradas.Estabelecida em torno do monte submarino Gorringe — tecnicamente, a montanha mais alta de Portugal —, a decisão elevará o total de águas territoriais protegidas do país para 27%, tornando o pequeno país ibérico o líder continental em águas oceânicas protegidas.O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Maria da Graça Carvalho, na 3ª Conferência dos Oceanos da ONU, realizada em Nice. O evento se concentra na implementação de estratégias e métodos para atingir as metas estabelecidas no Tratado de Alto-Mar de 2023, que até o momento foi ratificado por 51 nações — faltando 9 para entrar em vigor.“Em termos de proteção marinha, somos o país mais avançado do mundo, com nossas características que combinam território continental e insular. Certamente, o líder na Europa”, disse Carvalho. Leia também: 1.Áreas marinhas de proteção integral têm microplásticos 2.Extração de areia dos oceanos ameaça a vida marinha A Cordilheira Gorringe está localizada a cerca de 210 km a oeste de Portugal, entre os Açores e o Estreito de Gibraltar. É notável pela enorme diversidade de vida marinha, particularmente os “corais moles”, ou gorgónias, e as esponjas de águas profundas, que habitam cerca de 1.100 recifes ao longo da cordilheira.Segundo a instituição de caridade Oceana, que faz lobby pela proteção do local há anos, 850 espécies foram registradas vivendo ali. Em uma declaração feita após uma missão de mergulho no monte submarino em 2012, a Oceana chamou o ecossistema submarino de “impressionante”. “Os montes submarinos são visitados por grandes espécies pelágicas, como baleias, golfinhos e peixes-espada”, diz o comunicado. Leia também: 1.Guia de identificação ajuda pescadores na proteção de aves marinhas 2.Cientistas brasileiras se destacam na proteção dos oceanos Os picos são cobertos por florestas de algas, especialmente algas marinhas. Grandes cardumes de olhídeos, carapaus e barracudas concentram-se acima dos picos mais altos, e fundos detríticos, cobertos por restos de corais, briozoários e moluscos, abundam em áreas mais profundas e são habitados por peixes-dragão, corais-leque, bocas-de-rã-rosadas e esponjas-ninho-de-pássaro.Emanuel Gonçalves, cientista-chefe da Fundação Oceano Azul, uma organização sem fins lucrativos que mapeou a área com a Marinha Portuguesa, disse à Reuters que a área protegida total seria de cerca de 100.000 quilômetros quadrados, o suficiente para “conectar montes submarinos, planícies abissais e oceano aberto, e criar um refúgio seguro para espécies altamente móveis e migratórias, e habitats de águas profundas”.“Ele fornecerá um berçário fértil e um campo de alimentação para tartarugas, tubarões, mamíferos marinhos, aves marinhas e atuns, expandirá ou restaurará florestas de algas e corais e criará um santuário para a agregação reprodutora única de raias-torpedo”, disse ele.A decisão também vem na sequência de um anúncio feito no ano passado de que Portugal pretendia proteger uma área de água ao redor do arquipélago dos Açores do tamanho dos estados da Virgínia e da Geórgia juntos.The post Portugal lidera conservação marinha na Europa appeared first on CicloVivo.