Donald Trump. Foto: Reprodução/YouTubeO “tarifaço” anunciado pelos Estados Unidos começa a valer a partir desta sexta-feira, 1º de agosto, e o prazo para que o Brasil negocie com os Estados Unidos está se esgotando. A nova alíquota imposta por Donald Trump sobre as exportações brasileiras é de 50%, a mais alta entre os países afetados. Até o momento, o governo brasileiro ainda tenta um acordo para evitar a aplicação imediata da tarifa.A estratégia da Casa Branca busca renegociar acordos comerciais e reduzir o déficit dos EUA com outros países. Enquanto isso, diferentes nações já conseguiram firmar pactos com reduções nas tarifas dos Estados Unidos, muitas delas em troca de investimentos ou concessões em seus mercados internos.Quais países anunciaram acordos tarifários com Trump?A União Europeia fechou acordo com os EUA neste domingo (27), reduzindo a tarifa de 30% para 15%. O pacto foi selado após o bloco anunciar investimentos de US$ 750 bilhões no setor de energia e US$ 600 bilhões nos Estados Unidos.Na terça-feira passada (22), o governo dos EUA também anunciou acordo com o Japão, reduzindo a tarifa de 25% para 15%. Em contrapartida, o país asiático se comprometeu a investir US$ 550 bilhões nos EUA e a abrir seu mercado a produtos agrícolas e automotivos americanos.A Indonésia firmou compromisso para eliminar 99% das barreiras tarifárias a produtos dos EUA, enquanto os americanos reduziram a tarifa de 32% para 19% sobre produtos indonésios.Nas Filipinas, a nova alíquota foi fixada em 19%. O acordo também prevê isenção total para exportações americanas ao país e reforço na cooperação militar.O Vietnã teve redução da tarifa de 46% para 20% sobre seus produtos, e aceitou não taxar importações americanas. Para produtos de terceiros países que passam por lá, a alíquota ficou em 40%.O primeiro acordo tarifário do segundo mandato de Trump foi com o Reino Unido, em maio. Ele prevê tarifa de 10% sobre produtos britânicos e isenção total para componentes aeroespaciais. Em troca, o Reino Unido reduziu sua tarifa média de 5,1% para cerca de 1,8%.Os Estados Unidos e China firmaram uma trégua temporária. Durante o período, os EUA impõem tarifa-base de 30% sobre produtos chineses (ante os 145% anunciados anteriormente), enquanto a China aplica 10% sobre exportações americanas.Outros países, como Índia, Coreia do Sul e Argentina, seguem em tratativas. O presidente Trump afirmou neste domingo que “a maioria dos acordos, se não todos”, será concluída até agosto.Tarifa ao BrasilO Brasil está entre os países que ainda não fecharam acordo com os EUA. A nova tarifa de 50% sobre exportações brasileiras entra em vigor nesta quinta-feira (1º). O governo tenta ao menos um adiamento.Na última quinta-feira (24), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou ter conversado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para tentar evitar a entrada em vigor da tarifa do Trump.Segundo Alckmin, uma das propostas é dobrar o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos em cinco anos. Enquanto isso, empresários brasileiros manifestaram preocupação com possíveis retaliações do Brasil, que podem incluir sobretarifas sobre produtos americanos.Apesar do esforço diplomático, Trump afirmou no domingo (27) que não haverá novas negociações com países que ainda não firmaram acordos até o início de agosto.