A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou seus dados de produção e vendas na noite da última terça-feira (29), com um crescimento da produção de petróleo entre abril e junho de 7,6% ante igual período do ano passado, com o avanço operacional de novas plataformas, apesar de paradas programadas e declínio em campos maduros.Considerando a produção total de óleo e gás natural no Brasil e no exterior, a Petrobras bombeou uma média diária de 2,91 milhões de barris de óleo equivalente (boed) entre abril e junho, alta de 7,8% ante o mesmo período de 2024 e avanço de 5% versus o primeiro trimestre deste ano.Além disso, a estatal produziu uma média de 2,32 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no segundo trimestre, versus 2,16 milhões de bpd nos mesmos três meses de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre, houve uma alta de 4,8% na produção de petróleo da Petrobras no Brasil. O campo de Tupi, embora já esteja em declínio, é o maior produtor do Brasil.A XP Investimentos aponta em relatório que a Petrobras continuou o aumento sequencial da produção em relação ao trimestre anterior e espera que essa tendência continue nos próximos trimestres. Isso à medida que os principais FPSOs (plataforma, de 180 mil barris por dia, ou kbpd cada) continuam a aumentar, particularmente em Búzios, onde a estatal tem uma participação significativa (cerca 89%) e um novo FPSO (P-78) saiu recentemente do estaleiro em Cingapura e deve iniciar a produção no segundo semestre. Os analistas da casa mantiveram suas estimativas, com lucro antes de juros, impostos, depreciações de cerca de US$ 10,5 bilhões (-1% na comparação trimestral), lucro líquido de US$ 4,8 bilhões (-20% ante o 1T25), fluxo de caixa do acionista (FCFE) de cerca de US$ 2,6 bilhões, com dividendos em torno de US$ 2,2 bilhões (cerca de 3,0% de yield, ou dividendo em relação ao preço da ação).A Genial viu os dados de produção como positivos e alcançando um novo patamar. Essencialmente, a Genial ressalta que a empresa alcançou seu recorde de produção: 2,9 milhões bpde, acima das estimativas da casa de produção para 2025 (+5% versus o 1T25) onde considerava um volume médio de 2,8 milhões.” A empresa demonstrou capacidade de execução interessante, não apenas com o ramp-up [início da aceleração] de produção de uma série de ativos em operação da empresa (FPSO Almirante Tamandaré, Maria Quitéria, Anita Garibaldi, etc) e entrada em operação do FPSO Alexandre de Gusmão – muito mais do que compensando o declínio natural de produção”, apontam os analistas da casa. Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Confira o que movimenta Bolsa, Dólar e Juros nesta quartaÍndices futuros dos EUA operam sem força em meio a balanços e decisão do FEDSuper 4ª tem atenção redobrada com Copom, Fomc e tarifaço: como pode afetar mercado?Atenção do mercado está no tom dos comunicados dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, que pode sinalizar mudanças na política monetária e influenciar os fluxos de capitalJá o Bradesco BBI ressalta que a produção de petróleo bruto ficou em linha com sua estimativa. “Como resultado, mantivemos nossa estimativa de Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] de US$ 9,97 bilhões (-6% no trimestre; -17% em relação ao ano anterior) para o 2T25, pois esperamos que a maior produção seja compensada por preços mais baixos do Brent e preços reduzidos do combustível doméstico. Para os dividendos trimestrais, esperamos US$ 1,9 bilhão (contra US$ 2,1 bilhões no 1T25), refletindo um fluxo de caixa operacional mais fraco”, avalia o banco, destacando as projeções para o resultado financeiro a ser divulgado dia 7 de agosto. O Itaú BBA apontou que a Petrobras reportou resultados operacionais sólidos, mas o cenário macroeconômico deve pesar sobre as finanças da empresa (preços do petróleo em queda de 11% em relação ao trimestre anterior, preços do diesel em queda de 8% em relação ao trimestre anterior e preços da gasolina em queda de 2% em relação ao trimestre anterior). O banco projeta que a empresa reporte US$ 9,4 bilhões em Ebitda no 2T25 (queda de 12% em relação ao trimestre anterior). Isso deve resultar em um fluxo de caixa operacional de US$ 7,9 bilhões no trimestre. Combinado com um investimento em caixa de US$ 3,7 bilhões, isso deve levar a um pagamento de dividendos ordinários de US$ 1,9 bilhão (com rendimento de 2,5%).Saiba mais:Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 2T ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoJá o Morgan Stanley ressalta que o forte crescimento da produção na primeira metade do ano abre caminho para uma surpresa positiva nos lucros se a execução permanecer consistente e o preço do petróleo se mantiver nos próximos meses, levando a revisões para cima nas estimativas futuras.Morgan, Bradesco BBI e XP possuem recomendação equivalente à compra para os ativos da Petrobras, enquanto Genial tem recomendação equivalente à neutra. ” A empresa segue sendo um case com desconto estrutural em relação aos seus fundamentos – e com produção acelerando, não vemos grandes motivos para acreditar que a generosidade em dividendos deva cessar mesmo em um ambiente de preços menos interessantes versus o 2025. Vamos aguardar o anúncio do resultado do 2T25 e ver como a execução dos investimentos pode afetar o fluxo de caixa da cia e se a direção vai acabar por decidir manter essa linha em patamares mais elevados”, aponta a Genial. The post Petrobras: produção alcança novo patamar e mercado projeta balanço e dividendos do 2T appeared first on InfoMoney.