Estoque nos EUA e reunião na Casa Branca: Como a Taurus enfrenta o tarifaço

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A Taurus, maior fabricante brasileira de armas de fogo, avalia transferir uma parcela de sua produção do Rio Grande Sul para os Estados Unidos caso se prolongue a cobrança da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump.A empresa teve faturamento de R$ 1,9 bilhão no ano passado e exportou mais de 80% de sua produção. Os Estados Unidos — principalmente o mercado civil americano — representam 82%.do total das vendas ao exterior.“Somos a empresa gaúcha mais dependente do mercado americano”, disse à CNN o presidente da Taurus, Salésio Nuhs. Leia Mais Haddad: Plano de contingência contra tarifas prevê proteção ao trabalhador Tarifa de 50%: Governo descarta preocupação com fim do prazo Exclusivo: Haddad fala à CNN três dias antes do tarifaço dos EUA Ele contou estar negociando com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), o recebimento acelerado de créditos de ICMS acumulados pela exportação de armas.Outra medida estudada pela Taurus, que detém 30% do mercado americano de pistolas de até US$ 350, é a transferência de parte de sua produção para os Estados Unidos.A empresa já possui uma unidade no estado da Geórgia, que pode receber mais processos — hoje feitos no Brasil — se o tarifaço se prolongar.Nuhs acredita, porém, que as armas da Taurus podem ser beneficiadas por uma eventual lista de exclusão de produtos brasileiros sobre os quais pesarão as alíquotas de 50%.Na quinta-feira da semana passada (24), o CEO da empresa nos Estados Unidos, Bret Vorhees, esteve no escritório do vice-presidente J. D. Vance em Washington para expor seus argumentos.Ele se reuniu com o diretor-adjunto do escritório, James Lloyd, representantes do Conselho de Segurança Nacional e do Departamento de Comércio.Por enquanto, segundo Nuhs, uma estratégia comercial adotada pela Taurus diminuirá os impactos do tarifaço à empresa.Desde abril, quando foi anunciado o “Dia da Libertação” e as tarifas de 10% sobre produtos brasileiros, a companhia vinha se preparando para um cenário pior.Nuhs contou à CNN que foram feitos estoques de pistolas na Geórgia para atender os clientes americanos por cerca de 90 dias, evitando o desabastecimento provocado por uma eventual interrupção das exportações a partir do Brasil.O empresário, no entanto, reitera sua preocupação com o tema. “Temos 250 engenheiros na Taurus, parcerias com as principais universidades do Rio Grande do Sul, montamos uma fábrica de carregadores em Porto Alegre e estamos trabalhando com tecnologia de ponto em grafeno”, afirma.Na semana passada, Nuhs esteve com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. “Estamos buscando que as autoridades brasileiras tenham bom senso e responsabilidade para negociar essa situação”.Como a economia brasileira deve ser afetada com o tarifaço de Trump?