Na última segunda-feira (28), a H&M informou que vai inaugurar a sua tão aguardada primeira loja no Brasil em 23 de agosto no shopping Iguatemi, em São Paulo, juntamente com o lançamento da sua loja online. Uma segunda loja da empresa sueca será inaugurada em 4 de setembro, no shopping Anália Franco, na zona leste de São Paulo.Os analistas de mercado ficam bem de olho sobre quais devem ser os impactos para as varejistas listadas na Bolsa brasileira, já que a H&M pode adotar um posicionamento parecido com várias delas e pode abocanhar uma parte do mercado. Contudo, na visão do Santander, a expectativa é de impactos iniciais limitados para as varejistas locais de fast-fashion. Isso levando em conta que as duas lojas iniciais anunciadas implicam um impacto mínimo em comparação com a capilaridade da C&A (CEAB3), Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, ou Lojas Renner (LREN3).Enquanto isso, as informações de preços divulgadas foram limitadas. A administração divulgou apenas um preço de referência até o momento: vestidos a partir de R$ 199,99 que, embora significativamente mais acessíveis em relação à Zara, ainda posicionam a H&M em uma faixa de preço mais alta em relação aos seus concorrentes locais listados. Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa sobe com exterior e tarifas sob os holofotesBolsas dos EUA operam mistas em meio a negociações sobre tarifas Dólar hoje tem leve alta com aproximação de prazo para tarifa dos EUA sobre o BrasilHaddad disse que Alckmin teve conversa com Lutnick e Brasil prosperará em negociação com EUA“No entanto, dada a iniciativa da empresa de adquirir seus produtos localmente e seu amplo know-how em operações de fast-fashion, este continua sendo um tópico a ser monitorado pelo mercado”, apontam os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, que assinam o relatório do Santander.O banco ressalta que a unidade inaugural da H&M no Brasil tem um espaço de mil metros quadrados representa aproximadamente metade da área de vendas de uma flagship típica da Renner, o que implica em um sortimento menor. A segunda loja a ser inaugurada terá o dobro do tamanho. “O lançamento de duas lojas e as informações iniciais sobre os preços indicam risco mínimo de lucro para LREN3, CEAB3 e GUAR3 em 2025, mas uma expansão bem-sucedida pode remodelar a intensidade competitiva ao longo do tempo”, avaliam os analistas.A entrada da H&M no Brasil era altamente aguardada desde o final de 2024. Até o momento, não está claro se a empresa seguiria uma estratégia de preços premium como a da Zara (Inditex) ou competiria diretamente com redes locais como C&A, Guararapes e Renner. As notícias da véspera sugerem a última opção, enquanto, na realidade, uma rápida pesquisa com os 20 vestidos mais vendidos de cada uma das três empresas indica um preço médio cerca de 40% menor do que os R$ 199,99 anunciados pela H&M. “Portanto, apesar da intenção da H&M de competir diretamente com as empresas locais, em nossa opinião, é cedo para concluir que, de fato, os preços serão tão competitivos quanto o esperado pela empresa, sem mudanças significativas no cenário competitivo previstas no curto prazo”, aponta a equipe de análise.Além disso, as duas primeiras localizações adicionam menos de 0,1% de área de vendas em comparação com o espaço de vendas da Renner e contribuirão com um volume insignificante este ano, limitando os obstáculos imediatos de lucro para as empresas locais. “No entanto, a intenção da H&M de terceirizar localmente e seu comprovado mecanismo de fast fashion podem permitir uma implementação mais rápida do que as concorrentes estrangeiras anteriores. No geral, vemos a presença da H&M no Brasil como mais um tópico que o mercado terá que acompanhar, além do avanço dos concorrentes asiáticos do e-commerce”, conclui. Cabe ressaltar que, em 2024, quando a H&M dava sinais de que entraria no Brasil, a XP Investimentos fez análise ressaltando que o posicionamento poderia se assimilar ao da Renner. The post H&M abre primeira loja no Brasil em agosto: ameaça às varejistas listadas na B3? appeared first on InfoMoney.