“Poupe como pessimista, invista como otimista”: as lições de Morgan Housel na Expert

Wait 5 sec.

Autor do best-seller “A Psicologia Financeira” e colunista renomado no mundo dos investimentos, Morgan Housel não precisa de gráficos para capturar a atenção de investidores. Com a linguagem acessível e as provocações conhecidas dos ouvintes de seu podcast, ele chamou os brasileiros que compareceram neste sábado (26) ao último dia de Expert XP, em São Paulo, para para uma reflexão: sucesso financeiro não depende de genialidade, mas de comportamento.“Eu poupo como um pessimista e invisto como um otimista”, afirmou. “Poupo com a ideia de que o mundo é frágil, perigoso e coisas ruins vão acontecer. Mas invisto acreditando que, se eu conseguir suportar esses desafios, os retornos para quem permanece no jogo podem ser extraordinários.”Leia tambémCom “otimismo cauteloso”, gestores destacam oportunidades na Bolsa brasileiraInvestidores devem aproveitar o momento de sentimento neutro e oportunidades setoriais, afirmam especialistas na Expert XP 2025Carteira de dividendos da Barsi Investimentos tem retorno três vezes superior ao IbovPrestes a completar um ano em operação, o portfólio conta com ações de empresas ligadas a segmentos como bancos, energia, saneamento, seguros e telecomunicaçõesHousel destacou que muitas pessoas negligenciam a importância de poupar, especialmente os mais sofisticados e com mais educação formal, por considerarem o tema “simples demais”. Mas, segundo ele, em um mundo cheio de incertezas como pandemias, guerras e crises inesperadas, a poupança se torna essencial. “Se vivêssemos num mundo previsível, quase não haveria necessidade de poupar. Mas vivemos num mundo em que os maiores riscos são aqueles que ninguém vê chegando”, afirmou.Para ele, a chave está em mudar a forma como enxergamos a poupança: “Eu não vejo como adiar a recompensa. Eu vejo como comprar independência. Quando poupo, me sinto mais preparado, mais no controle e mais tranquilo. Isso me dá prazer agora.”Longo prazo? Primeiro sobreviva ao curto prazoO autor também comentou que muitos investidores se dizem de longo prazo, mas não conseguem suportar a volatilidade no curto. “Você está investindo para os próximos 20 anos, mas esses 20 anos são compostos de vários anos difíceis. Em 2020, durante a pandemia, muita gente dizia ser de longo prazo, mas entrou em pânico quando o portfólio caiu 50%.”A solução, segundo ele, está em aceitar que é preciso conviver com o desconforto e focar na consistência. “Se você for apenas mediano por um longo tempo, você vai se sair extraordinariamente bem como investidor. Mas toda a atenção está em como ser incrível agora, quando o foco deveria ser como ser razoável por muito tempo.”Paciência – com lição de BuffettOutro ponto central de sua apresentação foi o risco do endividamento. Para Housel, a dívida reduz a capacidade de resiliência do investidor. “Cada pedaço de dívida estreita o número de eventos que você pode suportar. Não vejo dívida como boa ou ruim pelo juro que cobra, mas pelo risco que ela acrescenta à sua capacidade de continuar jogando.”Ele ilustrou com a história de Rick Guerin, antigo sócio de Warren Buffett e Charlie Munger, que perdeu tudo por operar alavancado. “Buffett dizia: ‘Sabíamos que íamos ficar ricos, não estávamos com pressa.’ Rick era tão inteligente quanto eles, mas tinha pressa, e foi isso que o derrubou.”Não se influencie pelo noticiárioHousel também fez críticas à maneira como o noticiário influencia o comportamento financeiro. “Se você quer chamar atenção na mídia, não seja otimista. Seja pessimista. O medo vende muito mais. E como o noticiário se tornou global, você sempre vai encontrar algo assustador acontecendo em algum lugar do mundo.”Essa visão pessimista, segundo ele, descola o investidor da realidade. “A maior parte das boas notícias acontece devagar e não vira manchete. As más notícias são rápidas, dramáticas, e ocupam todos os espaços. Você acha que o mundo vai acabar, até abrir a janela e perceber que lá fora está tudo bem.”Bilionário não é necessariamente felizEncerrando sua fala, Housel refletiu sobre o custo pessoal de grandes fortunas. “Os bilionários que conhecemos são geniais e mudaram o mundo, mas poucos deles são realmente felizes. Muitos abriram mão de vida pessoal, saúde, amizades.” Citou nominalmente Elon Musk, Bill Gates, Mark Zuckerberg e Warren Buffett como exemplos de pessoas extremamente bem-sucedidas, mas que, segundo ele, pagaram um preço alto por isso. “Estou feliz que existam, mas não trocaria minha vida pela deles.”The post “Poupe como pessimista, invista como otimista”: as lições de Morgan Housel na Expert appeared first on InfoMoney.