Três policiais militares do Amazonas e um guarda municipal foram presos acusados de abusos sexuais contra uma mulher indígena da etnia Kokama de 29 anos. Segundo relatos da vítima, os estupros teriam acontecido em uma unidade policial do município de Santo Antônio do Içá.Segundo a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), foram cumpridos três dos cinco mandados expedidos contra os agentes envolvidos. Um dos militares foi preso em um Distrito Integrado de Polícia (DIP) em Manaus e outros dois em Tabatinga, município do Amazonas.A corporação espera que os outros dois mandados sejam cumpridos ainda neste final de semana. “A PM-AM ressalta que repudia quaisquer atos que fujam aos princípios da legalidade e que não compactua com os atos de violência relatados pela vítima e reforça que tem atuado para o esclarecimento dos fatos e colaborado com as autoridades que atuam nas investigações.” Leia também Brasil MP pede prisão de policiais acusados de estuprar indígena no AM Brasil AM: indígena estuprada por policiais com bebê em cela denuncia abusos Na Mira Ex-servidor é preso por estuprar 20 indígenas na sede da Funai Brasil Peruano é suspeito de estuprar menina e matar mãe indígena e filho Relembre o casoO Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) instaurou uma investigação para apurar os abusos sexuais sofridos por uma mulher indígena em uma unidade policial de Santo Antônio do Içá. Os crimes teriam ocorrido quando a vítima estava sob custódia no município.A vítima relatou que os crimes teriam sido praticados ao longo de nove meses por quatro policiais militares e um guarda municipal. Ainda segundo ela, os estupros recorrentes e coletivos aconteceram na presença do filho, um recém-nascido.A mulher ainda teria ficado sob custódia em uma cela masculina, sem atendimento médico ou psicológico depois do parto.“Não podemos mais aceitar que mulheres sejam custodiadas em condições tão degradantes. A Lei de Execução Penal garante tratamento digno a todas as pessoas privadas de liberdade. O que essa mulher enfrentou é inaceitável”, disse a procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque.