Comitiva brasileira se reuniu com sete democratas e um republicano

Wait 5 sec.

A comitiva de senadores do Brasil que foi aos Estados Unidos em meio ao tarifaço anunciada pelo presidente Donald Trump se reuniu com 8 congressistas norte-americanos, mas somente um deles é do partido republicano, o mesmo do presidente.O grupo de  parlamentares desembarcou em Washington D.C. em viagem oficial entre os dias 28 e 30 de julho. A iniciativa era estender o diálogo com o empresariado e congressistas, sem entrar diretamente nas negociações oficiais a respeito das tarifas de 50% anunciadas pelos EUA. O grupo teve agendas em gabinetes políticos e na Câmara de Comércio Brasil-EUA. Leia também Brasil Tarifaço: internautas convocam “boicotaço” contra produtos americanos Mundo Trump pune Índia com tarifa de 25% por fazer negócios com a Rússia Negócios Trump crava tarifaço no dia 1°: “Prazo não será prorrogado” Economia Tarifaço: Haddad avalia que “não faz sentido alimentar tensão” com EUA O grupo foi recebido por Thom Tillis, senador republicano da Carolina do Norte. Apesar de ser do mesmo partido do presidente, Tillis se considera independente. Foi um forte opositor ao pacote orçamentário de Trump e decidiu não concorrer à reeleição no ano que vem depois de embates com o chefe da Casa Branca.O restante dos encontros se deu com integrantes do partido democrata, oposição a Trump derrotada nas eleições de 2024. Segundo o senador e presidente da comitiva, Nelsinho Trad (PSD-MS), o grupo não tinha agendas oficiais no departamento de Estado, o equivalente ao Itamaraty.Leia os nomes dos congressistas dos EUA que receberam a comitiva brasileiraEd Markey, senador democrata do Massachusetts;Tim Kaine, senador democrata da Virgínia;Thom Tillis, senador republicano da Carolina do Norte;Martin Heinrich, senador democrata do Novo México;Mark Kelly, sendor democrata do Arizona;Chris Coons, senador democrata do Delaware;Jeanne Shaheen, senadora democrata do New HampshireSydney Kamlanger -Dove, deputada democrata da Carolina do Norte6 imagensFechar modal.1 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho Trad2 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho Trad3 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho Trad4 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho Trad5 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho Trad6 de 6Reuniões em que senadores participaram nos EUADivulgação/Nelsinho TradCongressistas pressionam por rompimento com a RússiaDurante os encontros, os senadores brasileiros foram pressionados para que o Brasil deixe de fazer negócios com a Rússia. Os congressistas dos EUA querem aprovar uma lei que implique em tarifas automáticas a países que mantenham relações comerciais com o país comandado por Vladimir Putin. Trata-se de uma tentativa de pressionar o Kremlin a aceitar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia.Segundo o líder do Podemos no Senado e integrante da comitiva, Carlos Viana (MG), os norte-americanos alertaram o grupo da iminência de uma “crise pior” nos próximos 90 dias. O Brasil compra fertilizantes russos voltados para a produção agrícola. Jaques Wagner (PT-BA), disse que o Brasil é “dependente” dos insumos e que cessar a compra poderia “parar o agronegócio brasileiro”.Negociações seguirão no pós-tarifaçoDurante as reuniões, empresários e congressistas dos EUA teriam enfatizado a necessidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligar para Trump. Jaques Wagner, líder do governo no Senado e integrante da comitiva, disse que o petista sinalizou “boa vontade” para o encontro, mas desde que não sejam tratadas ingerências ao Judiciário.“Vários [interlocutores] destacaram essa necessidade, eu falei com o presidente Lula, que disse que tem que ser respeitado. Quem tem que organizar esse encontro é a diplomacia. Não acho que o encontro se dará antes de 1º de agosto. Lula não tem problema em falar com ele [Trump]. A questão da Rússia pode ser debatida em uma reunião bilateral, desde que não sejam tratadas as questões do Judiciário”, disse Wagner.