Apesar de grandes RJs, não há crise estrutural no agronegócio, dizem especialistas

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Os ruidosos casos se recuperação judicial no setor de agronegócios nos últimos anos estão longe de ser a realidade do setor, uma vez que não se pode confundir problemas de gestão de algumas empresas e produtores com uma crise estrutural. E hoje há mais diversificação de produtos de investimento e especialização de quem oferece crédito. Essa foi a mensagem da learning session “Separando o Joio do Trigo – O Futuro do Agronegócio no Brasil” no último dia da Expert XP 2025.Otaciano Neto, produtor de café e sócio da  Zera.ag, uma plataforma de soluções de financiamento privado para o agronegócio, foi enfático no debate no sentido de diferenciar quem teve problemas da média do setor. “Acho que não tem crise no agro, nunca teve e não vai ter. O setor é mais resiliente da economia nacional. A agricultura nunca quebra, quem quebra é o agricultor”, afirmou. Sobre os temores de quem quer investir no setor, o especialistas brincou que “tem gente morrendo com o barulho da bala”.Leia também: AgroGalaxy: Justiça homologa plano de recuperação judicial após 8 meses de negociaçãoLeia também: Empresas do setor de café pedem recuperação judicial por passivo de R$ 2,13 biPaulo Mesquita, gestor de agronegócio e cofundador da Riza Asset, disse acreditar que houve muita divulgação de RJs que, por acaso, foram muito representativas, mas que é preciso levar em conta que a inadimplência do agronegócios é bem menor que a de outros setores da economia, como no caso de financiamentos para moradias.“Não é estrutural, não é o setor que está com problemas. A questão foi de alguns produtores”, destacou, reconhecendo no entanto que as margens de 2024 ficaram prejudicadas. “Uma fotografia dos balanços de 2024, mostrou alguns alavancados. Existe um problema maior que são os juros que a gente vive hoje e que acabam desincentivando o setor”, disse.Há cinco anos no mercado, a Riza tem R$ 16 bilhões sob gestão, sendo R$ 4 bilhões no agronegócio. A empresa possui, por exemplo, um fundo de terras agrícolas e fez o primeiro Fiagro da Bolsa brasileira, além de possuir outros fundos não listadosGustavo Gomes, responsável pela célula Agro na XP Asset, comentou que, se crise fosse sistêmica, a SLC Agrícola não estaria anunciando tantas aquisições. “A questão que atinge alguns produtores é de uma crise de governança”, explicou. A asset da XP tem fundos voltado ao crédito do setor no valor de R$ 2,5 bilhões.DiversificaçãoUma maneira de atrair investidores para o setor, segundo os participantes do debate, é bater na tecla da diversificação. “O foco é sempre olhar a diversificação de culturas”, disse Otaciano Neto.Mesquita, da Riza, concorda que a diversificação regional é bastante importante, mas também citou a questão das garantias. “Produtores com governança, que se provaram ao longo do tempo, têm capacidade e geração de caixa, de patrimônio. Dificilmente tem perda de capital nesse investimento”, afirmou.Otaciano comentou ainda que explicou que há uma nova geração de gestores do Agro e que eles precisam agregar algumas competências. A primeiro é uma competência técnica no agronegócio. A segunda é uma competência técnica do mercado de capitais, não só da operação, mas também no conhecimento das normas e regulações.  A terceira é a competência de comunicar, de dialogar com o cliente.Sobre o futuro do financiamento ao Agro, Otaciano Neto fez uma analogia de músicas das duplas Fernando & Sorocaba e Chitãozinho &  Xororó. “O financiamento vai sair da “Bala de Prata” para a “Colcha de Retalhos”, disse, explicando que a bala de prata seria a quase exclusividade do Plano Safra e que a colcha representa a diversificação de fundos. “E o Fiagro vai ser esse grande chassi”, complementou.Para Gustavo Gomes, da XP Asset, a preocupação nesses momento é com a taxa de juros, com todos buscando formas e estruturas para minimizar esse impacto. “Alguns clientes estão recuando em investimentos .Liquidez é o nome do jogo atual”, afirmou. Paulo Mesquita, da Riza, concordou que os produtores estão segurando grandes investimentos, como em infraestrutura e troca de maquinárioThe post Apesar de grandes RJs, não há crise estrutural no agronegócio, dizem especialistas appeared first on InfoMoney.