O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes considerou que deputados apoiadores de Bolsonaro que acamparam em frente ao prédio da Corte nesta sexta-feira (26), reivindicaram o exercício dos direitos de reunião e manifestação com o “confessado propósito de repetir os ilegais e golpistas acampamentos realizados na frente dos quartéis do Exército, para subverter a ordem democrática e inviabilizar o funcionamento das instituições republicanas” – em especial o STF. A decisão foi proferida no bojo do inquérito das fake news. No início do despacho, Moraes cita um perfil no X que foi citado no inquérito. O perfil em questão fez uma publicação, às 19h35 de ontem, dizendo: “está pegando tração na praça dos três poderes, mais barracas chegando”.“Não há outra interpretação a ser extraída da tentativa de repetição da ilegal ocupação de vias públicas a acampamentos golpistas realizados na frente do Exército brasileiro e das condutas golpistas lamentáveis praticadas na Praça dos Três Poderes no 8/1/2023”, registrou o ministro no despacho em que determinou a retirada dos parlamentares da Praça dos Três Poderes. Os deputados deixaram o local ainda no fim da noite de ontem.A decisão atendeu um pedido do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que viu risco concreto à ordem pública, em especial diante do julgamento, pelo STF, da ação penal do suposto golpe. O PGR destacou como o processo trata de “movimentos que, no passado recente, resultaram em episódios de descontrole institucional e radicalização política, como os ocorridos em 8 de janeiro de 2023”.Na visão do chefe de Gonet, a permanência dos apoiadores de Bolsonaro no acampamento era “potencialmente deletéria à tranquilidade social” e à regularidade do processo penal. No despacho, Moraes afirmou que a democracia foi “gravemente atacada” com os atos golpistas de 8 de janeiro, destacando que um dos principais fatores para tanto foi a “omissão de autoridades públicas que permitiram os ilegais acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército”. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp “Não se negocia o Estado Democrático de Direito e não é razoável a repetição do lamentável erro anterior de permitir a organização de criminosos acampamentos golpistas livremente”, destacou o ministro. “A Praça dos Três Poderes é área de segurança e não será permitido que, apoiadores de diversos réus, que estão sendo processados e serão julgados no segundo semestre desse ano pelo Supremo Tribunal Federal, organizem novos acampamentos ilegais para coagir os Ministros de nossa Suprema Corte, na tentativa de obstrução à Justiça”, completou.*Com informações do Estadão Conteúdo Leia também Deputados aliados de Bolsonaro deixam acampamento após ordem do STF Moraes proíbe acampamentos de deputados do PL na Praça dos Três Poderes Em ato pró-Bolsonaro, deputado põe mordaça e acampa na Praça dos Três Poderes