O melhor caminho para o Brasil diante do “tarifaço” de Donald Trump seria uma abertura comercial, diz o sócio da Rio Bravo, Evandro Bucini. Segundo ele, o governo deveria reduzir as tarifas para os Estados Unidos a fim de facilitar a negociação da tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros.Em conversa com o Money Times no evento XP Expert, o economista pontuou que a tarifa média brasileira contra os EUA é “alta”. Ele destacou que não vê grandes chances de recuo por parte dos norte-americanos. “Vai ser difícil o Trump baixar muito as tarifas”, disse.O sócio da Rio Bravo acredita que os EUA pode diminuir a taxa para produtos brasileiros para cerca de 30%. “Um cenário bom de tarifa dos EUA seria de uns 30%”.Caso as tarifas entrem em vigor sem diálogo entre os países, Bucini não descarta a possibilidade de retaliação do Brasil — a resposta, no entanto, não deve ser necessariamente na frente comercial. Ele diz que o governo pode impor imposto sobre empresas de tecnologia e remessas.Vale destacar que o prazo para que a tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA entre em vigor é o via 1º de agosto.SAIBA MAIS: Guia gratuito do BTG sobre a temporada de balanços – saiba os destaques das maiores empresas da bolsa no 2º tri de 2025Se houver retaliação e, de fato, atacar outras frentes, o economista avalia que o efeito pode até ser desinflacionário. Ele também espera um cenário similar se não o Brasil não der o troco.“Produto Interno Bruto (PIB) vai para baixo, mesmo que seja pouco, e inflação também deve ir um pouco para baixo, porque vão sobrar mais produtos aqui dentro”, destaca Bucini.O maior impacto, segundo o sócio da Rio Bravo, tende a ser político. “O pior cenário é afetar a política brasileira, piorando o que já está muito ruim, que é o atrito dos poderes. O Supremo Tribunal Federal (STF) já está ruim e vai piorar. O Lula, que tem várias faces e hoje estamos vendo uma de suas piores, tende a piorar ainda mais.”Bucini aponta ainda que o “tarifaço” de Trump colaborou para uma piora na relação entre Congresso e Governo.