Após o governo dos Estados Unidos revelar o interesse nos minerais de terras raras do Brasil, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), que é vice-líder do governo Lula, propôs a criação de uma frente parlamentar para defender os minerais críticos e estratégicos do Brasil. A medida foi divulgada pelo parlamentar neste sábado (26/7).Para o petista, o poder público está atrasado em “tratar com a devida seriedade e prioridade o debate e ações sobre o tema”.” A Câmara dos Deputados tem função estratégica nesta articulação, principalmente no que se refere a criação de uma legislação eficiente e atualizada sobre uma nova mineração sustentável e soberana. Neste sentido, propus a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras, Mineirais Críticos e Estratégicos”, escreveu Lopes.No último dia 23 de julho, o governo Donald Trump voltou a falar sobre o interesse norte-americano no setor mineral brasileiro, com foco nos minerais críticos e estratégicos (MCEs), em especial os de terras raras. Os elementos são fundamentais para a produção de tecnologias de ponta, como chips, baterias e armamentos, assim como para a transição energética. Leia também Brasil Terras raras: o que são e por que despertam o interesse dos EUA Ciência Por que elementos de terras raras são tão importantes Ponto de vista Terras Raras de MG: novos horizontes para a transição energética Mundo Zelensky sanciona acordo estratégico sobre minerais raros com os EUA A mensagem foi transmitida pelo encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar, durante reunião com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).O interesse norte-americano nos minerais do Brasil, o país com a segunda maior reserva de terras raras do mundo, surge dias antes da tarifa de 50% sobre exportações de produtos brasileiros para os EUA entrar em vigor. A expectativa é de que a medida entre em vigor no próximo dia 1º de agosto, caso as negociações entre Washington e Brasília fracassem.Ao anunciar a taxa, Donald Trump afirmou que a medida é uma retaliação direta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado em 2022.